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Preços ao consumidor em Moçambique continuam a cair

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Estimativas do Banco de Moçambique apontam para queda da inflação até ao final do ano, com maior oferta de bens alimentares, estabilidade cambial e preços favoráveis nas commodities.


África 21 Digital com AIM


O Banco de Moçambique confirma o ciclo de redução dos preços ao consumidor, iniciado em maio do ano em curso. Com efeito, nos meses de junho e julho últimos registaram-se deflações num total de 1,7%. Como resultado, a inflação anual situou-se em 16,2% em julho, depois de 20,5% em maio, segundo a Agência de Informação de Moçambique (AIM).

“Isto reforça as estimativas do Banco de Moçambique de queda da inflação até ao final do ano, num contexto de maior oferta de bens alimentares, procura interna moderada, estabilidade cambial e preços das ‘commodities’ favoráveis”, indica um comunicado de imprensa do Banco de Moçambique, recebido pela AIM.

No entanto, “o ambiente de riscos mantém-se ainda elevado”, com destaque para o risco fiscal, o que impõe prudência na condução da política monetária.

Entre 19 de Junho e 9 de Agosto, observou-se uma correcção significativa da apreciação da taxa de câmbio do Metical ocorrida nos meses anteriores. Com efeito, o dólar esteve cotado em 61,43 Meticais a 09 de Agosto, ligeiramente acima dos 60,35 Meticais observados a 19 de Junho. O rand sul-africano, na mesma data, esteve cotado em 4,63 meticais, contra 4,71 meticais a 19 de Junho.

“Esta tendência recente do Metical, aliada à redução da inflação, tem contribuído para estancar as perdas de competitividade externa que a economia vinha observando”, refere o comunicado emitido quinta-feira apos a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique.

Segundo a fonte, o nível de endividamento público interno mantém-se elevado e representa um factor de risco para as projecções de inflação.

A colecta de receitas públicas abaixo do esperado, num contexto de suspensão do apoio externo ao Orçamento e de elevado endividamento interno (97,7 mil milhões de meticais), “requer uma consolidação fiscal mais robusta”.

Outros factores de risco a ter em conta estão associados a fenómenos climáticos extremos (El Niño), à volatilidade dos preços das ‘commodities’ e ao ambiente político nos países vizinhos, com destaque para a África do Sul, os quais, a se materializarem, poderão ter impacto sobre a trajectória desejada dos preços de bens e serviços diversos.

Banco de Moçambique com reservas mais fortes

Enquanto isso, as reservas internacionais do Banco de Moçambique continuam a fortalecer-se. Até 9 de Agosto, o Banco vendeu no Mercado Cambial Interbancário USD 264 milhões destinados a comparticipar na factura de importação de combustíveis líquidos.

Nesse período, o Banco comprou um total de USD 812,7 milhões, levando a que o saldo das reservas internacionais brutas incrementasse para USD 2.446 milhões, suficientes para cobrir 6,1 meses de importações, excluindo as transacções dos grandes projectos.

O CPMO, segundo o comunicado, continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os factores de risco, e poderá tomar medidas correctivas necessárias antes da próxima reunião do órgão, agendada para 26 de Outubro de 2017.


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Escrito por: África 21 Digital

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