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Denúncia de eurodeputada portuguesa agita dirigentes políticos cabo-verdianos

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Uma comunicação da  eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes ao Gabinete Antifraude Europeu (OLAF, na sigla em inglês) e à chefe da diplomacia e vice-presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini, contra o ex-chefe da delegação da União Europeia em Cabo Verde, o português José Manuel Pinto Teixeira, em setembro do ano passado, está a agitar os dirigentes políticos cabo-verdianos.


África 21 Digital com Inforpress


 

Foto:VoA/Arq

Na denúncia, que está sob investigação do OLAF, Ana Gomes lança suspeitas  de benefício pessoal e favorecimento  de Pinto Teixeira na obtenção  de um lote para construção de imóvel num bairro nobre da cidade da Praia, capital de Cabo Verde.

De acordo com a denúncia, Pinto Teixeira teria sido beneficiado pelos atuais governantes, do  Movimento para a Democracia (MpD, partido no poder em Cabo Verde), na obtenção do referido lote, vizinho à Embaixada de Portugal, em contrapartida por medidas de favorecimento do MpD na disputa eleitoral face ao anterior governo, liderado pelo ex-primeiro-ministro José Vaz, do PAICV.

Em declarações à agência de notícias Lusa, Ana Gomes confirmou que pediu uma investigação “porque há factos preocupantes”. Segundo a eurodeputada, “o próprio Estado Português tentou comprar o terreno em causa e não conseguiu e de repente esse cidadão comprou e começou a construir uma casa, mesmo em cima da embaixada de Portugal”. “Até hoje não foi divulgado o contrato de compra e venda” do terreno,  disse.

O MpD, entretanto, considera que as declarações de Ana Gomes são “atentatórias do bom nome” dos seus dirigentes e da imagem do país.

 

Já o vice-presidente do PAICV, Rui Semedo, principal força da oposição ao governo,  lamentou hoje que o MpD (poder) e o Governo “insistam no erro” da atribuição de um terreno ao ex-embaixador da União Europeia.

O dirigente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, que falava em conferência de imprensa, classificou de “infeliz episódio” o lote onde José Manuel Pinto Teixeira está a construir a sua residência que, segundo disse Rui Semedo, em tom irónico, é uma “compensação pelos relevantes serviços prestados à Nação”.

A afirmação da maioria (Movimento para a Democracia – poder), “de que se está a agir com base em rumores, é para além de infeliz, irresponsável e vergonhosa”, precisou, citado pela Inforpress.

Rui Semedo perguntou se se trata de rumor “o facto de o embaixador ter sido contemplado com um ou mais lotes de terreno em espaços muito nobres” e se “é rumor que os lotes na Prainha são muito disputados, havendo muitos outros interessados, particularmente   no local onde foi atribuído ao senhor embaixador?”,  enfatizando que a preferência dada a José Manuel Pinto Teixeira “não foi precedida de concurso”.

O vice-presidente do PAICV lembrou que o referido lote já tinha sido atribuído a um cidadão cabo-verdiano e que a construção “não avançou porque a Embaixada de Portugal manifestou algum desconforto”.

Rui Semedo afirmou que o ex-embaixador Pinto Teixeira recebeu aquela “prebenda” ainda no exercício das suas funções como representante da União Europeia em Cabo Verde.

Segundo o responsável do PAICV, não é rumor a afirmação pública da Câmara Municipal da Praia que, primeiro, falou em uma “doação” e, depois, em “compra” do referido lote.

“É rumor que a própria embaixada confirmou o interesse naquele lote contíguo à residência do embaixador de Portugal?”, questionou Rui Semedo, para quem não está em causa se o embaixador podia ou não adquirir um lote de terreno para construção em Cabo Verde, mas, sim, a “lisura e a transparência em torno do processo”.


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