Helder Castro
Trump é um caso raro em que os dotes do trapalhão se juntam aos do bufão. Reacionário, com traços fascistóides, racista, Trump é o exemplo da pré-falência de um sistema que já não responde às necessidades que ele próprio criou. Só esse agonizar do sistema pode explicar a eleição – o sistema norte-americano está longe de ser democrático – de uma figura como Trump.
Não fosse o poder de que dispõe – ainda que acredite que os verdadeiros chefes do sistema já trataram de o limitar – diria que o tratante é cómico. Não me lembro de ter visto – e já levo algumas décadas de existência – algo parecido em salões presidenciais.
É certo que houve figuras com tiques semelhantes, nos diversos continentes. Também nas terras dos imbondeiros. Tragicamente. Mas nos States não me recordo. É certo que pelo Salão Oval já passou um pouco de tudo: alcoólatras, conspiradores, estupradores, mentirosos compulsivos, eu sei lá…mas do calibre de Trump julgo que não.
O homem insulta presidentes, multiplica-se em ameaças, ofende nações e, esta semana, numa reunião com congressistas, na Casa Branca, disse que os países africanos são “países de merda”!. Não só os africanos: também o são o Haiti, El Salvador e outros que, talvez, não tenha tido tempo de nomear. Ah! citou um outro país: a Noruega! Desse escandinavo e desenvolvido país, Trump disse estar disposto a acolher de braços abertos todos os emigrantes. Haverá candidatos noruegueses dispostos a recolher os dejetos do mister? Não me parece.
Abs e bom fim de semana. A múcua é ácida, mas faz bem, dizem os mais velhos!