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“A dança dos emergentes”

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"Os nossos novos-ricos, ainda ontem meio esfomeados a carpir nos corredores do poder, hoje levantam a voz e berram seus tesouros, quanto custa?, eu compro", escreve Pepetela.

Revista África21

"A dança dos emergentes"

"Os nossos novos-ricos, ainda ontem meio esfomeados a carpir nos corredores do poder, hoje levantam a voz e berram seus tesouros, quanto custa?, eu compro", escreve Pepetela.

Brasília – “Os nossos novos-ricos, ainda ontem meio esfomeados a carpir nos corredores do poder, hoje levantam a voz e berram seus tesouros, quanto custa?, eu compro”

Comecei a ver primeiro o conceito ridicularizado, pois a palavra emergente seria vulgarizada mais tarde pelos brasileiros. Notei quando era jovem, talvez nos anos sessenta do milénio anterior. Aplicado com sarcasmo aos ricaços norte-americanos que iam à Europa para hotéis de luxo e a vestirem roupas caríssimas mas de discutível gosto, sobretudo porque ao fato ou sobretudo mais requintado juntavam botas de cowboy e respetivo chapéu.

Os europeus, vaidosos pela sua cultura secular, gozavam a mania americana de comprar pedra a pedra castelos da Provença ou da Escócia, para os recomporem nos ranchos do Texas ou da Louisiana. Na época seriam chamados de novos-ricos, assim uma espécie de boçais com dinheiro, os quais amarfanhavam com chorudas gorjetas os snobes europeus exaustos de guerra e de bolsos rotos. Os mal-agradecidos recebiam as gasosas e ainda riam nas costas dos turistas. O argumento era sempre o mesmo: os americanos eram ricos mas não tinham História. À Europa, pelos vistos, restava a História, que ia sendo vendida ao retalho…

Os americanos, com o passar do tempo, sempre se sofisticaram alguma coisa e deixaram de ser chamados de emergentes.

Leia versão integral na edição impressa da revista África21 (N.º 82, fevereiro 2014). Para assinar a revista contacte: [email protected]


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Escrito por: África 21 Digital

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