África 21 Digital, com agência

Foto:Unilab/Arq

“A publicação e circulação de documentos daquela natureza com o objetivo de desvirtuar a verdade podem consubstanciar infrações de natureza criminal, estando em curso a investigação visando a identificação e responsabilização dos seus autores”, afirmou o porta-voz da PGR, Orlando Generoso.

Aquele responsável falava durante uma conferência de imprensa em Maputo, em que a instituição se distanciou dos documentos, cujo conteúdo menciona os nomes de dirigentes moçambicanos no caso das dívidas ocultas, informa a agência Lusa.

De acordo com o porta-voz da PGR, a investigação para apurar a origem destes documentos decorre em parceria com empresas internacionais ligadas às tecnologias de informação.

“A Procuradoria-Geral da República de Moçambique pretende, mais uma vez, distanciar-se destes supostos ofícios e relatórios que circulam nas redes sociais”, declarou Orlando Generoso.

“Toda a informação da auditoria realizada pela Kroll a pedido da PGR que não for comunicada ao público pela instituição [PGR] deve ser considerada irrelevante”, reiterou o porta-voz.

Orlando Generoso disse que a instituição “está ciente da expectativa que paira sobre a sociedade”, apelando à calma porque “em momento oportuno a informação será divulgada dentro dos termos de referência”.

“É um trabalho aturado e as equipas estão neste momento a trabalhar. A PGR e os auditores estão a trabalhar e esperemos pelo progresso”, afirmou.

A consultora Kroll foi escolhida em novembro de 2016 pela Procuradoria para averiguar a existência de infrações de natureza criminal, entre outras, no processo de constituição, financiamento e funcionamento das empresas Proindicus, Ematum – Empresa Moçambicana de Atum e MAM – Mozambique Asset Management.

Em causa está o destino de cerca de 2,2 mil milhões de dólares de dívidas contraídas entre 2013 e 2014 pelas três empresas estatais junto de bancos estrangeiros com garantias do Governo que não foram aprovadas no parlamento nem inscritas nas contas públicas.

O escândalo rebentou em abril de 2016 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e um grupo de 14 doadores internacionais congelaram os apoios ao orçamento de Estado e exigiram uma auditoria como condição prévia para retomar os apoios.