África 21 Digital, com agência

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Com o apoio financeiro da União Europeia (UE) e técnico da Organização Internacional das Migrações (OIM),  o emigrante bissau-guineense retornado poderá ter trabalho na área da produção do arroz, em Bissau, ou no abate de frangos.

Alfredo Cá explicou que o programa, com a duração de seis meses, tenciona dar emprego direto a pelo menos 150 guineenses que tenham regressado ao país.

“A ideia é envolver os ex-emigrantes em atividades geradoras de rendimento”, disse o diretor da Asas do Socorro, que trabalha na dinamização do bairro de Antula-Takir, arredores de Bissau, onde Alfredo Cá quer agora produzir arroz, daí ter lançado o conceito de agricultura urbana.

Quintino Monteiro, ex-emigrante guineense na Líbia, onde esteve durante quatro anos até ser obrigado pelas autoridades a abandonar aquele país há duas semanas, é um dos primeiros candidatos a um lugar no projeto hoje lançado.

Monteiro contou à Lusa que foi obrigado a abandonar a Líbia, juntamente com mais de cinco mil emigrantes africanos, “sem mais sem menos”, pelo que agora quer ficar e trabalhar na Guiné-Bissau depois de ter estado em nove países africanos “em busca de uma vida melhor”, disse.

“A emigração ensinou-me muita coisa, mas não é uma boa coisa”, defendeu Quintino Monteiro que não se importa de trabalhar no abate de frangos ou na agricultura, como propõe a Asas do Socorro.

A União Europeia, entidade financiadora do projeto, acredita estar a apoiar uma iniciativa capaz de atrair os jovens no sentido de deixarem de lado o “sonho da emigração”, defendeu Inês Pestana.

“A questão das migrações é um tema prioritário para União Europeia sobretudo com os eventos trágicos que têm ocorrido no mar do Mediterrâneo”, notou Pestana.