O governo etíope confirmou que desligou o serviço de internet móvel, mas não deu qualquer explicação para a interrupção, a nível nacional, que também afetou temporariamente a sede da União Africana e da Comissão Económica da ONU para África.
África 21 Digital, com agências
Esta é a segunda vez nos últimos meses que o segundo país mais populoso de África interrompe os serviços de internet móvel.
Na primeira vez, o único provedor de telecomunicações no país desligou o serviço de dados durante várias semanas, originando fortes protestos anti-governamentais que só foram debelados com a instauração do estado de emergência, que tem estado em vigor desde Outubro último, informa a agência moçambicana AIM.
O serviço móvel de dados foi desativado, disse o vice-ministro das Comunicações, Zadig Abrha, sem contudo adiantar detalhes.
Um porta-voz da empresa estatal Ethio Telecom não respondeu a múltiplos pedidos de comentário sobre o assunto.
Sede tanto da União Africana (UA) como da Comissão Económica da ONU para África, Adis Abeba ganhou o apelido de Capital Política de África, mas funcionários de ambas as instituições disseram que a sua internet tinha sido desativada terça-feira mas restabelecida quarta-feira, enquanto a população no geral continuará impedida de se comunicar por internet através de telefones ou modems, que usam cartões SIM.
A Etiópia tem imposto mecanismos de censura à internet há mais de uma década e sites de redes sociais, como o Facebook e o Twitter, estão bloqueados desde os distúrbios do ano passado.
A desativação acontece numa altura em que os estudantes vão iniciar os exames. O governo etíope interrompeu temporariamente as redes sociais ano passado depois de ser detectada a fuga online das perguntas dos testes.