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Trump rasga Acordo de Paris

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou  a retirada do país do Acordo de Paris, que define os compromissos globais na luta contra os efeitos das mudanças climáticas. O anúncio , transmitido ao vivo , era aguardado com grande expectativa.


África 21 Digital, com agências


                                                                                                                                                                                                     FOTO:CNN/REPROD.

“Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados Unidos vão retirar-se do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes “, disse Trump.

“Estamos saindo, mas vamos começar a negociar e veremos se podemos fazer um acordo justo. Se pudermos, ótimo. Se não pudermos, tudo bem”, acrescentou o presidente norte-americano.

Logo no início da sua campanha eleitoral para a Casa Branca, Trump disse que iria rejeitar o Acordo de Paris, assinado pelo seu antecessor Barack Obama. Trump e o seu grupo político consideram que o acordo é prejudicial para vários setores industriais dos Estados Unidos, que teriam de investir pesadamente em operações de adaptação às regras ambientais definidas em Paris.

Os termos e as condições da retirada deverão ser conhecidos progressivamente. O anúncio do presidente norte-americano contraria recente decisão de líderes mundiais expressa na reunião de cúpula do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) no sentido de apoiar o acordo climático.

Três dias depois do fim da reunião, Donald Trump e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, trocaram críticas que refletiram a falta de entendimento sobre a manutenção do Acordo de Paris.

Acordo já ratificado por 147 países

Firmado em 2015, após mais de 10 anos de negociações infrutíferas para mitigar o efeito da atividade econômica no clima, o tratado foi assinado por 195 países e ratificado por 147, responsáveis por 80% das emissões –165 metas de redução já foram submetidas. Apenas Síria e Nicarágua ficaram fora.

Segundo maior emissor de gases depois da China, os Estados Unidos respondem por 18% do carbono lançado na atmosfera terrestre, ou 6,5 milhões de toneladas por ano. A saída americana torna ainda mais difíceis as metas do acordo, de reduzir o carbono na atmosfera de 69 biilhões de toneladas para 56 bilhões, e negociar novos objetivos para manter, até 2100, o aquecimento global no nível tolerável, inferior a 2 graus Celsius (ºC), informa a Agência Brasil.

A saída norte-americana poderá levar outros países a rever sua participação no acordo. Pelas metas submetidas, já é incerto que o nível tolerável seja atingido. Reduzirão as emissões do nível atual, que aqueceria o planeta 4,2ºC, para apenas 3,3 ºC, segundo análise do Climate Interactive. Sem os Estados Unidos, esse patamar poderá facilmente subir para acima de 3,5 ºC, ou mesmo 3,8 ºC.

De acordo com previsão de cientistas, as consequências para o clima da Terra poderão ser catastróficas, com o derretimento de geleiras, elevação do nível do mar e maior intensidade de eventos extremos como tempestades, enchentes, secas e furacões.


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Escrito por: África 21 Digital

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