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Ministério Público acusa espiões português e russo apanhados em flagrante

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O Ministério Público português, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), deduziu acusação contra dois espiões profissionais, de nacionalidades portuguesa e russa, pelos crimes de espionagem, violação de segredo de Estado, e de corrupção ativa e passiva agravados.


África 21 Digital, com Portugal Digital


 

Um dos arguidos, de nacionalidade portuguesa, é Frederico Carvalho Gil, funcionário do Serviço de Informações de Segurança de Portugal (SIS), e o outro, Serguei Nicolaievitch, de nacionalidade russa, integra os quadros do SVR – Sluzhba vneshney razvedki (Serviço Externo da Federação Russa).

O funcionário do SIS foi supostamente recrutado pelo SVR para, a troco de pagamento de quantias em dinheiro, prestar informações cobertas pelo segredo de Estado português a que acedia em razão das suas funções,  informa, em nota divulgada nesta quinta-feira (8), a Procuradoria Geral da República (PGR).

As investigações permitiram verificar a realização de três encontros entre o funcionário do SIS e o oficial da SVR acusado.

Os dois espiões profissionais foram apanhados em flagrante no dia 21 de maio do ano passado, em Roma, numa operação realizada pelas autoridades italianas, a pedido das portuguesas, conforme a acusação.

De acordo com a nota da PGR, três agentes da Polícia Judiciária portuguesa deslocaram-se a Roma, tendo sido emitidos Mandados de Detenção Europeus (MDE) contra os suspeitos.

A prisão foi efetuada pela polícia italiana, sendo apreendidos na ocasião documentos, dinheiro e objetos vários.

Segundo a PGR, “na posse do oficial do SVR foi encontrado e apreendido, designadamente, um documento manuscrito que lhe havia sido entregue pelo funcionário do SIS, contendo informação que foi considerada protegida pelo segredo de Estado. Já ao funcionário do SIS foram apreendidos diversos documentos e objetos bem como a quantia de €10.000,00 (dez mil euros), montante que lhe havia sido entregue pelo oficial do SVR, como contrapartida das informações que indevidamente recebera.”

Entre o material apreendido estariam documentos classificados da Nato (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre energia.

Já o espião russo teve, aparentemente, melhor sorte. As autoridades judiciais italianas recusaram entregá-lo a Portugal  e foi posteriormente libertado, tendo regressado à Rússia. Assim, lamenta a norte da PGR,  “não foi possível, relativamente ao oficial da SVR, no decurso da investigação, a constituição como arguido e o interrogatório acerca dos factos que lhe são imputados”, mas, com a dedução da acusação, o oficial da SVR assume a qualidade de arguido, em consequência da legislação portuguesa.


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Escrito por: África 21 Digital

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