É um dos mais trágicos incêndios florestais de que há memória em Portugal. As chamas em Pedrógão Grande, na região de Leiria, fizeram este sábado 62 mortos e mais de 50 feridos.
África 21 Digital, com Portugal Digital
FOTO: RTP
Um incêndio florestal de grandes proporções, este sábado em Pedrógão Grande, na região de Leiria, provocou a morte de pelo menos 62 pessoas e ferimentos em mais de 50, segundo os números avançados na manhã deste domingo pelo secretário de Estado da Administração Interna.
O incêndio começou cerca das 14h de sábado, ameaçando várias aldeias e ficando a escassas dezenas de metros da vila de Pedrógão Grande. Parte da tragédia acabou por acontecer na estrada que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera, onde 16 pessoas morreram carbonizadas dentro dos seus carros quando tentavam escapar às chamas.
Segundo o balanço inicial das autoridades, feito na noite de sábado, outras três pessoas morreram por inalação de fumo. Na altura havia ainda 20 feridos, dos quais seis bombeiros.
O balanço foi atualizado na manhã deste domingo, elevando para 62 o número de vítimas mortais, além de mais de 50 feridos.
Este é um dos mais trágicos incêndios de sempre em Portugal. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se na noite deste sábado à região para acompanhar as operações dos bombeiros, tal como a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
Segundo os dados em tempo real da Proteção Civil, mais de 550 bombeiros combatiam as chamas no sábado à noite em Pedrógão Grande, apoiados por 181 viaturas. No local há pelo menos 8 elementos e quatro viaturas de apoio psicológico às vítimas. O contingente foi entretanto reforçado para mais de 1600 bombeiros e cerca de 500 viaturas.
A Polícia Judiciária afastou para já a possibilidade de os fogos em Pedrógão Grande terem tido origem criminosa, pois tudo indica que terá sido uma trovoada seca a provocar os incêndios, com um raio a atingir uma árvore, a partir da qual o fogo se propagou, num ambiente de temperaturas em torno dos 40 graus, ar seco e vento forte.
União Europeia disponibiliza ajuda
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reagiu este domingo, elogiando a coragem dos bombeiros portugueses e anunciando que o mecanismo europeu da proteção civil será ativado para apoiar as autoridades portuguesas no combate aos incêndios. De França virá um avião de combate a incêndios.
Entretanto, o vice-presidente da Assembleia da República expressou as suas condolências às famílias das vítimas e vários dos maiores partidos portugueses anunciaram o cancelamento de iniciativas que tinham previstas para este domingo.
Nota: Notícia atualizada às 10h25, com novo balanço de vítimas, face ao balanço anterior de 57 vítimas mortais.