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Adolfo Maria: sobre o livro Joaquim Pinto de Andrade-Uma quase biografia

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FOTO:RTP/ARQ

Estão aqui presentes vários pecadores. Uns na sala e alguns nesta mesa: o editor José Ribeiro, o advogado Mário Brochado Coelho, a jornalista Diana Andringa e, é claro, eu próprio. Todos estes pecadores vieram render homenagem a um outro grande pecador, aquele que foi padre católico: o saudoso Joaquim Pinto de Andrade. E aqui estamos, unidos no mesmo pecado (nada original, diga-se), o pecado de lutarmos contra a ordem então estabelecida do colonial fascismo salazarista, um pecado do qual jamais nos penitenciaremos.


José Ribeiro, perseguindo ideais de liberdade, fundou ainda em pleno regime fascista uma editora temerária no combate anticolonial; Mário Brochado Coelho, lutador pela liberdade, foi fundamental na defesa de Joaquim Pinto de Andrade perante os tribunais portugueses e na organização de campanhas de solidariedade para a sua libertação das cadeias, de que é peça essencial o seu livro Em defesa de Joaquim Pinto de Andrade ; Diana Andringa participou na luta clandestina anticolonial, em Lisboa, em 1969, fazendo parte dum grupo que, em Lisboa, era constituído por Joaquim Pinto de Andrade, Ferreira Neto, Rui Ramos, Álvaro Sequeira(Zefus),  Raul Feio, Maria José Pinto Coelho, Ilídio Cruz, António Garcia Neto, Fernando Sabrosa.

O grupo estendia-se a Angola onde Justino e  Vicente Pinto de Andrade,  Jaime Cohen,  Santana Valentim,  Correia Neto,  Aldemiro da Conceição e mais dezenas de pessoas foram presas e enviadas sem julgamento para os campos de concentração do  Tarrafal, em Cabo Verde,  ou São Nicolau, no sul de Angola.

A PIDE portuguesa fazia o seu hediondo trabalho. Diana Andringa viria a ser condenada  a dois anos de prisão. De mim, não vou falar, porque já é mais ou menos conhecida a história do meu combate cultural, político e armado pela independência de Angola que, por parte do regime colonial, valia a nós títulos como bandoleiros, terroristas, etc.; também é relativamente conhecido o combate pela democracia em Angola que nos valeu (a mim, aos falecidos Joaquim, Mário de Andrade, Gentil Viana, Céu Reis, Amélia Mingas e a tantos outros) os epítetos de divisionistas, traidores, agentes do imperialismo, etc. com que fomos mimoseados pelo regime ditatorial implantado em Angola por aqueles que tinham sido nossos companheiros do MPLA na luta de libertação nacional.

Mas nesta sala e nesta mesa estão aqui outros bem mais novos que nós. Por exemplo, a Djamila, o Amílcar e o Ondjaki, que  são os nossos candengues (miúdos), estão isentos desse tal pecado que praticámos porque, felizmente para eles e para nós todos, os seus progenitores afrontaram a repressão e quiseram acabar com a opressão dos povos e dos indivíduos. É bom ter aqui velhos companheiros de luta e é muito bom ver aqui pessoas das gerações posteriores à nossa. [1]

Sendo eu um dos ainda sobreviventes da geração que empunhou o facho da luta pela independência nacional de Angola, luta na qual Joaquim Pinto de Andrade era um dos kotas, sinto-me feliz por agora lhe render homenagem. Mas há uma outra razão: ele e a sua mulher, a Tó, foram duma total solidariedade e amparo à minha mulher, a Lena, e a mim quando estive escondido, fugido da perseguição da polícia política, a DISA, meses após a proclamação da independência.

Portanto há duas razões para eu sentir a obrigação de estar aqui a falar do Joaquim: estou como cidadão e como seu companheiro de vários combates pela liberdade.

Joaquim Pinto de Andrade pertence à geração de nacionalistas africanos, nascidos na década de 20 do século passado, que foram pioneiros na luta pela independência dos seus países, então colónias. Um combate que, no caso de Angola, se foi amplificando à medida que as gerações seguintes a ele aderiam e foi crescendo em complexidade e radicalização, passando da forma cultural à política e por fim militar.

Entre os indivíduos daquela geração – que integravam o círculo de pertenças que se pode  atribuir a Joaquim Pinto de Andrade, resultado de afinidades de vária ordem: familiar, espaço social e cultural, concepções do mundo – cito apenas o seu irmão Mário de Andrade, Agostinho Neto, Viriato da Cruz, António Jacinto,  cónego Manuel das Neves, Lúcio Lara, Liceu Vieira Dias, para evitar  uma longa lista.

O combate cultural (e cívico) contra o colonialismo português era feito através da procura e formulação da identidade angolana baseada na valorização da componente africana e na dignificação do homem negro. Até aos anos 50, esse combate teve expressão em Lisboa – através de movimentos associativos de angolanos e outros africanos que faziam estudos superiores em Portugal e produziam literatura – e em Luanda, onde a revista Mensagem, da Anangola, dirigida por Viriato da Cruz e Jacinto divulgava a produção literária destes dois e de Neto, Mário António, Alda Espírito Santo (S. Tomé), Noémia de Sousa (Moçambique). De salientar que, em paralelo, era intensa a produção literária em Cabo Verde.

Na sequência deste movimento associativo e cultural, apareceu em meados dos anos 50, em Luanda, o jornal Cultura da Sociedade Cultural de Angola, enquanto a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, se revitalizava e se lançava em edições com obras de vários escritores nascidos na década de 20 e seguintes, produção editorial que era fruto da eficaz colaboração estabelecida entre o saudoso Carlos Ervedosa, da CEI, e alguns membros da SCA em Luanda.

É nos anos 50 que o combate anticolonial atinge a máxima expressão nas colónias de França, Bélgica e Reino Unido e cresce nos territórios sob tutela de Portugal. Nestes, desenvolvem-se actividades políticas clandestinas. Em Angola, aparecem numerosos grupos políticos, assim como entre emigrantes angolanos no Congo. Assiste-se, no final da década de 50, a uma variada e intensa actividade panfletária em Luanda reclamando a independência de Angola. 1959 é o ano em que a polícia política do regime fascista português, a PIDE, desencadeia em Luanda uma repressão que leva ao desmantelamento dos grupos políticos existentes e à prisão de largas centenas de angolanos (muitos deles foram libertados, outros foram julgados e condenados no famoso processo dos cinquenta).

Em todo este tempo, o padre Joaquim Pinto de Andrade, senhor de grande erudição, conceituado até na sociedade colonial, está em toda a cidade e nos mais diversos meios: no palácio da arquidiocese, nas igrejas (nomeadamente na Sé, com os seus brilhantes sermões), nos musseques, junto das pessoas, nas associações (eu conheci o Joaquim na Sociedade Cultural de Angola); o padre Joaquim estará também nas casas das famílias dos presos políticos e nas visitas a eles, encarcerados na cadeia de S. Paulo e na Casa de Reclusão, visitas que irritam sobremaneira a PIDE, obrigada a conter-se pelo prestígio que Joaquim tem na cidade e pela protecção que recebe do Bispo D. Moisés Alves de Pinho.

No dealbar de 1960, é generalizado o desalento nos nacionalistas que viram os seus grupos clandestinos destruídos pela PIDE. Mas alguns deles procuram reorganizar-se. E aproveitam o regresso de Agostinho Neto a Angola para recomeçar. Assim se forma o MINA (Movimento para a Independência Nacional de Angola) que inclui Neto e Joaquim Pinto de Andrade. Estes e outros seus companheiros do MINA vêm a ser presos em Junho de 1960 pela PIDE, depois de Pacavira ter regressado do exterior onde fora enviado para contactar dirigentes do MPLA, movimento nacionalista que acabara de se formar em Conakry, após a II Conferência dos Povos Africanos, realizada em Tunes,  em Janeiro de 1960.

Agostinho Neto e Joaquim Pinto de Andrade, depois de presos em Luanda, são deportados para Lisboa. Em seguida, Neto é deportado para Cabo Verde, Joaquim para a Ilha do Príncipe onde fica vários meses, sendo depois reenviado para Lisboa.

Neste excelente livro, que aqui estamos a apresentar: JOAQUIM PINTO DE ANDRADE – UMA QUASE AUTOBIOGRAFIA, são significativos os documentos sobre o combate verbal e escrito que ele trava com a PIDE desde a chegada a Lisboa; documentos que ilustram a porfiada luta de Joaquim Pinto de Andrade contra a tenebrosa polícia do regime salazarista. Senhor de grande cultura e erudição, dominando sete línguas: latim, italiano, francês, inglês, alemão, kimbundu e português, corajoso na afirmação da sua dignidade e na defesa do direito do povo angolano à independência, Joaquim Pinto de Andrade intimidava os esbirros e conseguia transformar-se de acusado em acusador do regime colonial-fascista.

Desde Junho de 1960 (quando foi preso em Luanda), o padre Joaquim Pinto de Andrade passará vários períodos de prisão e de residência fixa e vigiada. Durante treze anos passou pelas cadeias de presos políticos de S. Paulo, em Luanda, e do Aljube, Caxias e forte de Peniche em Portugal; esteve deportado com residência fixa na Ilha do Príncipe e em várias localidades portuguesas. Casou-se na cadeia do forte de Peniche com Victória de Almeida e Sousa (Tó) que, de acordo com a sua generosa natureza, visitava os presos políticos, tendo-se desenvolvido entre ela e Joaquim uma corrente afectuosa que desaguou em amor. A Tó também estivera presa pela PIDE por actividades nacionalistas. Neste livro somos tocados pelas diligências do padre Joaquim Pinto de Andrade junto da hierarquia da Igreja Católica para obter autorização de contrair matrimónio em troca da abdicação do seu mister eclesiástico.

Quando não estava na prisão, mas em regime de residência fixa, em Portugal, o padre Joaquim não se eximia a contactos com angolanos e conseguia até participar em reuniões políticas clandestinas, o que lhe valeu sucessivos encarceramentos, interrogatórios e processos, um dos quais resultou em condenação pelo tribunal a três anos de prisão. Podemos reviver toda esta saga lendo páginas e páginas de documentos, relatórios policiais, manifestações de solidariedade em vários países, discursos da defesa nos tribunais onde esplendorosamente sobressai Mário Brochado Coelho, seu advogado, admirador e profundamente amigo.

Joaquim Pinto de Andrade foi posto em liberdade em 1973 e logo começou a organizar-se para a realização dos ideais que sempre o moveram: o fim da dominação colonial em Angola, a liberdade e dignidade do seu povo.

Ele era presidente de honra do MPLA, assim decidira a direcção deste movimento nacionalista, na Conferência Nacional de Dezembro de 1962. Logo que pôde sair de Portugal, após a revolução de 25 de Abril de 1974, Joaquim Pinto de Andrade foi para Paris com a sua família (a esposa, a Tó, e a bebé Naima) com o fim de se juntar ao MPLA  – que estando política e militarmente muito enfraquecido desde 1972 – se via a braços com profundas divisões internas: o grupo que seguia o presidente, o grupo que culpava a direcção da precária situação política e militar (e que ficou conhecido por Revolta do Leste) e o grupo formado na II Região político-militar, chamado de Revolta Activa, que pugnava pelo fim do que apelidava de presidencialismo absoluto e reclamava a realização dum congresso que definisse uma nova linha estratégica, estabelecesse as bases da democratização do movimento e conseguisse a reunificação.

Instado pelos responsáveis da Revolta Activa a posicionar-se  como árbitro na contenda existente no seio do MPLA, Joaquim Pinto de Andrade, desloca-se para Brazzaville onde participa numa reunião entre a direcção do MPLA, membros da Revolta Activa e dirigentes congoleses para se estabelecer uma plataforma mínima de entendimento que levasse à realização do congresso de Lusaka (que se realizou em Agosto de 1974, mas fracassou devido ao brusco abandono por parte do grupo do presidente). Após o fracasso do congresso, Joaquim Pinto de Andrade adere à Revolta Activa e é anunciado como líder deste grupo.

Em Setembro de 1974, numa reunião em Brazzaville, três presidentes africanos conseguem uma aparente reconciliação das partes do MPLA, tendo ficado acordado que a sua cúpula seria constituída por um presidente: Agostinho Neto, e dois vice-presidentes: Daniel Chipenda e Joaquim Pinto de Andrade. Como se sabe, isto nunca foi cumprido, tendo Agostinho Neto feito, sozinho, o acordo de tréguas com os representantes do governo português, em Outubro de 1974.

Desde a sua chegada ao Congo, em Maio, e até Outubro, de 1974, Joaquim Pinto de Andrade faz várias proclamações públicas onde apelava à reconciliação dentro do MPLA e à firmeza dos angolanos até obterem a conquista da independência.

O acesso à independência realizou-se nas condições dramáticas que são conhecidas: não foram cumpridos os Acordos de Alvor celebrados com o governo português para a outorga da independência, onde se definia que o acesso ao poder devia ser disputado pelos três partidos angolanos por meio de eleições; em vez disso, houve recurso à guerra, por parte da FNLA, MPLA e UNITA para a obtenção da supremacia e mesmo liquidação do adversário; houve forte ingerência externa traduzida na participação militar em Angola de alguns aliados de cada um dos movimentos nacionalistas em luta. Nesse período de confrontos militares, e nas vésperas da conferência de Nakuru em Julho de 1975 (tentativa africana para reconciliar Neto, Holden e Savimbi), o jornal “O Comércio”, de Luanda, publica uma mensagem subscrita por Joaquim Pinto de Andrade, outros companheiros, a alertaram para as terríveis consequências de uma guerra civil.

Ainda não se tinha chegado à data da proclamação da independência, que seria em 11 de Novembro de 1975, e já a direcção do MPLA, que passou a dominar a cidade de Luanda, desencadeava fortes ataques na comunicação social em suas mãos contra a Revolta Activa, apesar de, desde Fevereiro de 1975, haver reuniões entre representantes da  direccção e representantes daquele grupo. A Revolta Activa auto-dissolveu-se  e alguns dos seus membros ainda fizeram reuniões  com representantes da direcção, mesmo poucas semanas antes de o Bureau Político do MPLA decidir a prisão de vários membros da ex-Revolta Activa (estive presente em várias desses encontros; nos últimos, a delegação da direcção era constituída por Nito Alves e Dilolwa e a da ex- Revolta Activa por Monimambo, Gentil Viana e eu próprio.

Nos primeiros meses de 1976, no país já independente, e nos dias que antecederam a prisão de membros da ex-Revolta Activa, as ameaças contra nós eram gritadas na comunicação social e por membros do governo (Nito Alves destacava-se). Nesse período, Joaquim Pinto de Andrade desdobrava-se em contactos para evitar o pior e chegou a conversar com o presidente da república, Agostinho Neto, em resultado da acção medianeira do dr. Eduardo Macedo dos Santos, médico pessoal do presidente. É preciso dizer que Joaquim Pinto de Andrade já tinha sido demitido de director do CIPIE, organismo do Ministério da Educação e estava impedido de actividade na Função Pública (dói saber quem foi o ministro da educação que o demitiu). Após as prisões de 13 de Abril de 1976, Joaquim Pinto de Andrade endereça ao presidente do país, Agostinho Neto, seu companheiro de tantas lutas, uma carta que é um extraordinário documento revelador do carácter do Joaquim, do seu patriotismo, do seu apego aos ideais de liberdade. É uma bela peça literária e cívica, que também faz parte deste livro e nos remete para esses tempos duros. Mais de um ano depois, na sua postura humanista e patriótica, Joaquim Pinto de Andrade (que de modo algum perfilhava a posição política de Nito Alves) solidariza-se com as vítimas da furiosa e criminosa repressão que se abateu depois do 27 de Maio de 1977 e liquidou tantas vidas.

No seu combate pela democracia em Angola, Joaquim Pinto de Andrade desafia em 1990 o poder autoritário existente e, com outros angolanos veteranos da luta e alguns jovens, cria a ACA, Associação Cívica Angolana, que pretende pugnar pela defesa dos direitos humanos e pela democratização do poder.

Após os acordos de Bicesse entre o MPLA e a UNITA que põe fim ao monopartidarismo em Angola, Joaquim Pinto de Andrade torna-se em1991 chefe dum pequeno partido o PRD, então formado – uma efémera experiência de que Joaquim veio a arrepender-se tal era a distância entre a sua concepção do mundo e do país e as pequenas ideias e motivações que impulsionaram os criadores desse partido.

Joaquim  Pinto de Andrade, este patriota, este humanista sofria com o retomar da guerra civil em 1992. De coração dilacerado falava como Angola se ia afundando: destruição das já débeis infraestruturas, mas, sobretudo, perda de vidas, jovens mutilados, populações deslocadas, esquemas de sobrevivência que chegavam ao crime, perda de padrões éticos, corrupção galopante ao nível da elite dirigente, indiferença generalizada pelos sofrimentos das pessoas (eram conversas em Lisboa comigo, com a Tó e a Lena que a todos nos faziam sofrer). Solicitado por organismos de cultura e religiosos, Joaquim Pinto de Andrade fez várias intervenções em colóquios e conferências internacionais onde explanou a sua erudição e a sua coerência que aliava o combate pela liberdade aos ideais cristãos que sempre defendeu e quis servir.

Tudo isto de que falei e muitíssimo mais está em belas páginas deste livro: JOAQUIM PINTO DE ANDRADE – UMA QUASE AUTOBIOGRAFIA. Esta publicação foi conseguida graças ao incansável esforço de recolha documental feito pela sua mulher, a Tó, e coroado com o precioso trabalho final executado pela Diana Andringa, dando-nos uma obra onde impera o rigor (e lá onde aparece uma diferença entre o narrado e o real isso é defeito da própria fonte documental). Estamos perante uma bem conseguida ordenação de assuntos, com o necessário enquadramento sociológico e político, e uma fluente escrita que nos empurra a seguirmos, pressurosos, a vida de Joaquim desde a infância, as suas opções, o seu modo de estar e ser. Também a complexidade do nacionalismo angolano, as múltiplas formas do combate clandestino à dominação colonial portuguesa, o papel de parte da igreja católica de Angola nesse combate e as solidariedades, tudo isso surge através de relatórios da PIDE, cartas, discursos, entrevistas e comunicações de Joaquim, testemunhos sobre ele, fotos. Neste livro desfilam significativos momentos e personagens da contemporânea história de Angola.

Nesta obra: JOAQUIM PINTO DE ANDRADE – UMA QUASE AUTO-BIOGRAFIA, acompanhamos o exaltante percurso deste nacionalista angolano, um humanista e incansável combatente da liberdade, que tem craveira universal, mas que está pouco presente na historiografia angolana e é ignorado ou minimizado pelas várias histórias oficiais: a do MPLA e a de Angola.

Cabe às gerações actuais e futuras promover a reconciliação com a história, estudando os factos e vultos que foram fundamentais na conquista da independência e no desbravar do caminho para um país democrático que a todos proporcione liberdade e um viver com dignidade.

O meu obrigado a todos por me terem permitido falar do Joaquim Pinto de Andrade.

 Adolfo Maria

8 de Junho de 2017

Apresentação do livro Joaquim Pinto de Andrade-Uma quase biografia, por Adolfo Maria, na Feira do Livro de Lisboa


[1] foi referida a presença de Luandino: meu companheiro de menino no Makulusso, na escola e de prisões em 1959 e a presença de companheiros da luta, lá fora: Luís de Almeida, Juju e Cita (Elsa)


Adolfo Maria, natural de Luanda (1935), é um dos históricos do MPLA, tendo inciado, ainda jovem, a luta contra o colonialismo português. Sofreu a primeira prisão pela Pide, a polícia política portuguesa, em 1959. Foi jornalista. Partiu em 1962 para Argel. Esteve ligado à II Região Político-militar do MPLA. Foi responsável pela estação de rádio Angola Combatente, do MPLA. No período pós-independência, devido às suas posições críticas dentro do partido no poder em Angola, foi alvo de perseguições. Vive exilado em Portugal. Tem vários livros publicados. 

 


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Escrito por: África 21 Digital

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