Um total de três biliões, 483 milhões e 563 mil e 86 metros quadrados foram desminados em Angola, nos últimos 21 anos, correspondendo a 108 milhões, 506 mil e 355 metros quadrados de estrada e sete milhões, 765 mil e 409 metros quadrados de engenhos explosivos não detonados.
África 21 Digital, com Panapress
Segundo dados do Programa Nacional de Desminagem divulgados no termo da Conferencia Nacional de Desminagem realizada em Luanda, de 22 a 23 deste mês, os resultados obtidos até agora permitiram restabelecer a livre circulação de pessoas e bens nas regiões afetadas e lançar obras de reconstrução nacional.
As atividades de desminagem e o processo de educação sobre o risco de minas reduziram consideravelmente o número de acidentes com minas e outros engenhos explosivos remanescentes da guerra, refere o comunicado final do encontro.
A conferência recomendou o contínuo fortalecimento do Programa Nacional de Desminagem e os mecanismos de articulação com as ações de reconstrução e desenvolvimento.
Desminar por completo o território, com prioridade para as tarefas de desminagem humanitária e os grandes projetos de impacto socioeconómico, assim como envidar esforços na obtenção e disponibilização de recursos para as operações de desminagem são outras das recomendações saídas do encontro.
A conferência abordou temas como a situação geral da desminagem, o impacto da desminagem na diversificação da economia, a assistência e reinserção das vitimas de minas, a educação e prevenção sobre o risco de minas, o financiamento do programa nacional de desminagem, a Convenção de Otawa e a dimensão internacional do programa de desminagem.
A existência de vastos campos minados em Angola é uma das consequências da guerra civil que o país viveu desde os primórdios da Independência nacional, em 1975, até fevereiro de 2002, com a morte em combate do então líder guerrilheiro, Jonas Savimbi.
Nessa altura, Angola figurava entre os 10 países mais minados do mundo, com as estimativas oficiais a apontarem para perto de quatro mil campos de minas antipessoal e cerca de cinco milhões de engenhos explosivos implantados em todo o território nacional.
As províncias do Huambo, Bié (centro), Cuando Cubango (sudeste) e Malanje (nordeste) eram então consideradas como as mais afetadas