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Cabo Verde – Ilhas do Fogo e da Boa Vista escolhidas para projeto de queijo de cabra

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A escolha das ilhas do Fogo e da Boa Vista para o projeto-piloto do “agrupamento competitivo do queijo de cabra” deve-se ao nível de desenvolvimento do setor, no Fogo, e à existência de várias unidades hoteleiras, na Boa Vista.


África 21 Digital, com Inforpress


Foto: Inforpress/Arq

Segundo o coordenador nacional da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), Rui Levy, o Fogo é a ilha “mais desenvolvida” no fabrico de queijo de cabra com duas unidades semi-industriais e vários produtores tradicionais, enquanto Boa Vista por ter vários hotéis e com um diferente tipo de fabrico.

A escolha foi efectuada durante a segunda assembleia do “agrupamento competitivo do queijo de cabra”, para a socialização do plano de acção com os operadores económicos e partes interessadas na cadeia do valor do queijo.

“Temos uma ilha que precisa de exportar os seus produtos para hotéis e outra ilha que dispõe de hotéis”, disse Rui Levy, indicando que com base no orçamento que foi disponibilizado pela União Europeia e que possibilitava a escolha somente de um produto e no máximo de duas ilhas, de forma concertada, foram seleccionadas as duas ilhas, uma forma de “potenciar e aperceber” as diferenças entre elas e definir modelos que podem ser aplicadas a outras ilhas.

O coordenador nacional da ONUDI indica que numa segunda fase o projecto poderá cobrir outras ilhas, mas para isso é necessário que o modelo funcione e que os agrupamentos sejam implementados  e subsistam depois do projecto.

Há também, assinalou, a necessidade de existir a vontade dos operadores em mantê-los, apercebendo que os investimentos são partes do negócio e que podem suportá-los, permitindo desmultiplicar não só para outras ilhas como para outros produtos.

Durante a socialização do plano de acção do projecto, orçado em cerca de 270 mil euros, mais de 29 milhões de escudos, e financiamento da União Europeia, Rui Levy disse que se trata de um processo iniciado há cerca de um ano e que os intervenientes estão a “ganhar confiança” e ver os benefícios de actuarem com acções conjuntas que possam trazer benefícios para todos.

Segundo o mesmo é necessário o engajamento para a liderança do processo para depois os intervenientes poderem promover  os seus produtos e acrescentar valores aos mesmos, de modo a ter “maiores benefícios”.

Acrescentou que o projecto iniciou-se com “visão, melhores estratégias, definição do mercado”, as melhores soluções para os produtores tradicionais ou  produtores com unidades semi-industriais, e tudo aquilo que é preciso fazer para atingir o seu potencial.

O plano de acção comporta várias  actividades, que foram identificadas com produtores, operadores e instituições com interesse neste sector, como a gestão de qualidade, desenvolvimento do produto, acesso ao mercado e forma de colocar os produtos nas ilhas turísticas, marca, forma de agrupar para tirar proveito das potencialidades que existem e que sozinhos não conseguem, nomeadamente a nível de investimentos de escala, constam do documento.

Denominação de origem

O delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), Jaime Ledo, que procedeu à abertura da assembleia, disse que “há algum trabalho realizado” na fileira de queijo que ainda não é visível, pese embora o registo de mudanças de comportamento dos produtores que estão a trabalhar na melhoria da qualidade, indicando que as discussões dos agrupamentos competitivos são essenciais para melhorar ainda mais a qualidade como a comercialização.

Segundo o mesmo os produtores/criadores estão receptivos para melhorar a qualidade porque já se aperceberam da importância de ter queijo de melhor qualidade, e que os nichos de mercado são oportunidades de negócios que tem quando os produtos são de qualidade, acrescentando de que estão empenhados em apostar na qualidade para poderem obter licença para produção de queijo de qualidade para chegar a mercado hoteleira.

O MAA vai apostar na fileira de queijo, nomeadamente de dominação de origem e identificação geográfica do queijo de Fogo.

Segundo Jaime Ledo, neste momento existem duas unidades semi-industriais que podem ser licenciadas, as de Cutelo Capado e da Suifogo, e uma terceira, a de Monte Genebra, que está “mais atrasada”, além de mais de uma centena de produtores tradicionais de queijo de cabra.

Este projecto, cujo plano de acção vai ser socializado hoje na ilha da Boa Vista, tem a duração de dois anos e é implementado em duas fases, a primeira em que se fez o diagnóstico, a visão futura e plano de acção do agrupamento competitivo.

A segunda fase consiste no apoio à implementação do plano de acção, com medidas específicas na área da qualidade, investimentos em equipamentos, marketing e gestão do negócio, que contribuem para melhoria da competitividade dos operadores envolvidos nesta iniciativa.

 


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Escrito por: África 21 Digital

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