A Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) confirmou hoje que vai deixar de operar os voos domésticos, no arquipélago de Cabo Verde, a partir de 01 de Agosto, na decorrência do processo de reestruturação da companhia, continuando a operar a nível regional.
África 21 Digital, com agência
A TACV anunciou, em nota divulgada nesta segunda-feira (24), que os passageiros com bilhetes já adquiridos para viajar depois 01 de Agosto, estão a ser acomodados nos voos da Binter Cabo Verde, a companhia privada que doravante fará a ligação aérea entre as ilhas do arquipélago, informa a agência Inforpress.
O fecho das operações domésticas da TACV foi confirmado também pelo ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, quando intervinha esta segunda-feira na sessão parlamentar deste mês que teve início hoje na Cidade da Praia.
O governante disse que a partir de 01 de Agosto os trabalhadores vão continuar na TACV e que o plano de reestruturação da mão-de-obra será feito “muito mais a fundo”, e que se vai respeitar todos os direitos dos trabalhadores.
“Não é de um dia para outro que se vai cortar esse vínculo. Há que respeitar as leis nessa matéria e serão respeitadas ao máximo. A TACV não operar no mercado doméstico não quer dizer que os trabalhadores vão para casa”, notou o ministro.
José Gonçalves indicou ainda que está em “extrema análise” o número de trabalhadores que poderão passar para a Binter CV e também os que serão indemnizados, pois, segundo disse, “queremos ter o mínimo de impacto negativo possível nas pessoas, desde que salvaguardemos o negócio, porque há quer ter negócio rentável”, afirmou.
Recentemente, durante a sessão de audições perante a Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, no Parlamento, o presidente do Conselho de Administração da empresa, José Luís Sá Nogueira, informou que a TACV iria reduzir cerca de 50% dos seus trabalhadores e tem uma estimativa de 14 milhões de dólares para os processos de indemnização.
O PCA da TACV indicara também que a saída da empresa dos voos domésticos permite ao Estado evitar um prejuízo de 500 a 600 mil contos anuais, com a agravante da “eminência da paralisação dos dois ATR” por causa da dívida acumulada junto dos proprietários.
Deste modo, a partir de 01 de Agosto a Binter CV passa a assumir a responsabilidade de ligar via aérea as ilha de Cabo Verde, devendo reforçar brevemente a sua frota de aparelhos e permitir a mobilidade dos passageiros entre todas as ilhas que possuem aeródromos ou aeroportos, garantindo também a articulação com os transportes marítimos para as ilhas da Brava e Santo Antão, que não dispõem de aeroporto.