Mais de 180 milhões de pessoas não têm acesso à água potável em países afetados por conflitos, violência e instabilidade em todo o mundo.
África 21 Digital com ONU News
Terminou nesta sexta-feira em Estocolmo, na Suécia, a Semana Mundial da Água. Durante este período, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que mais de 180 milhões de pessoas não têm acesso à água potável em países afetados por conflitos, pela violência e pela instabilidade em todo o mundo.
O chefe global para Água, Saneamento e Higiene da agência da ONU, Sanjay Wijesekera, ressaltou que o acesso de crianças à água limpa e saneamento, especialmente em situações de conflito e emergência, é “um direito, não um privilégio”.
O Unicef alertou que no Iêmen redes de abastecimento de água que servem as maiores cidades do país estão à beira do colapso por conta dos danos causados pelo conflito que já dura há mais de dois anos.
Cerca de 15 milhões de pessoas estão sem acesso regular ao recurso. O país já registrou mais de 500 mil casos suspeitos de cólera e diarreia aguda este ano sendo mais da metade deles em crianças.
Arma de guerra
Na Síria, onde o conflito está no sétimo ano, aproximadamente 15 milhões de pessoas precisam de água limpa, incluindo cerca de 6,4 milhões de crianças.
A agência alertou que a água tem sido usada frequentemente como arma de guerra: apenas em 2016 houve pelo menos 30 cortes deliberados do recurso, incluindo em Alepo, Damasco, Hama, Raqqa e Dara, com bombas destruídas e fontes contaminadas.
Em áreas afetadas pelo conflito no nordeste da Nigéria, 75% da infraestrutura de água e saneamento foi danificada ou destruída, deixando 3,6 milhões sem serviços básicos.
O Unicef calcula ainda que no Sudão Sul, onde os combates já duram há mais de três anos, quase metade dos pontos de acesso à água no país foram danificados ou completamente destruídos.
O especialista da agência da ONU ressaltou que quando “crianças não tem água segura para beber e os sistemas de saúde estão em ruínas, a desnutrição e as doenças potencialmente fatais, como cólera, inevitavelmente virão em seguida”.