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No Congresso da Frelimo, Chissano defende terceiro mandato presidencial para Nyusi

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O Presidente honorário da Frelimo, Joaquim Chissano, defende o apoio a Filipe Nyusi, que foi reconduzido sexta-feira a mais um mandato de cinco anos como presidente da Frelimo partido no poder em Moçambique. Antigo presidente da República, Chissano propôs um terceiro mandato para Nyusi. A Constituição atual só permite dois mandatos.


África 21 Digital com AIM


                   Joaquim Chissano, presidente de honra da Frelimo

Chissano, que conduziu a investidura de Nyusi, eleito pelo 11º congresso da Frelimo com 99,72 por cento de um total de 2.115 votos, disse que o juramento prestado pelo Presidente do partido deve ser de todos membros e simpatizantes daquela formação política.

“Acontece que quando colocamos alguém na vanguarda e com voz de comando, começamos a andar para trás. Todos nós devemos jurar acompanhar o nosso líder e onde ele se sentir cansado, devemos dar o amparo necessário para ele descansar e retomar a marcha”, disse Chissano.

Usando da sua longa experiência de governação, Chissano disse que a Constituição da República permite apenas dois mandatos de cinco anos cada como se todos presidentes (da República) tivessem idade avançada.

“A Constituição determina dois mandatos como se todos os presidentes (da República) fossem velhos. Mas Nyusi até merece três mandatos. Ele é jovem e cheio de vigor. Vamos acompanhá-lo”, vincou.

Como resposta recebeu um “sim”, em uníssono, de todos os mais de três mil delegados, convidados, entre outros, que testemunharam o evento.

Sobre os cinco votos em branco (cinco votos foram depositados em branco e um considerado nulo), Chissano disse que isso é sinal de verdadeira democracia interna.

“Temos que ter consciência de liberdade. Estou feliz porque foram apenas cinco votos em branco. Nem quero saber quem são. Vou abraçar a todos com alegria. Vamos considerar que o presidente Nyusi foi praticamente eleito por unanimidade, faltaram apenas 0,28 por cento dos votos”, disse.

Chissano, que foi presidente da República de Moçambique entre 1986 e 2005, disse escusar-se de aconselhar a Nyusi porque ele já demonstrou que quando disso precisa “vai a qualquer canto de Moçambique ao encontro da pessoa mais adequada para lhe aconselhar”.

“Queremos que ele seja um líder forte mas humilde, e que as decisões que forem tomadas soem em toda a parte na mesma proporção da força com que ele bateu o martelo (na tomada de posse) “, acrescentou.

Lembrou que aquando da proclamação da independência nacional, em 1975, a Frelimo era como carne e unha com o povo e, por isso, a Constituição dizia que o presidente da República de Moçambique também seria presidente da Frelimo. “Os tempos mudaram. E já não podemos dizer o mesmo, via Constituição. Mas pelo trabalho que realizamos conseguimos manter que o Presidente da República seja também presidente da Frelimo, mesmo da depois da adoção do multipartidarismo”.

Moçambique vai observar em 2019, as eleições gerais e presidenciais, antecedidas pelas autárquicas, em 2018. Nyusi é automaticamente candidato à sua sucessão na Presidência da República.

“Por isso é que este acto é de alta responsabilidade. Em 2019 teremos eleições presidenciais e não estaremos em congresso. Mas queremos que o presidente da Frelimo que hoje elegemos, continue como Presidente da República”, afirmou.

Pediu a paciência, apesar da urgência que a sociedade quer que as coisas aconteçam.

“Queremos unidade que nos faça crescer para sempre”, sublinhou, convidando a sociedade a refletir sobre as três palavras que corporizam o lema do congresso: Unidade, Paz e Desenvolvimento.

Segundo Chissano, se todos os moçambicanos caminharem lado a lado com o Presidente Nyusi, isso vai significar unidade. “Mas também queremos paz e temos que qualificar essa paz. É verdade que, agora, podemos passar, em paz, por Muxúngue, entre outros locais. Mais isso não chega. Queremos paz nas nossas casas, também. Queremos famílias coesas. Queremos inclusão. Vamos todos buscar a paz entre colegas da escola ou mesmo de trabalho”.

Disse que nos postos de trabalho, por exemplo, não é escusado perguntar o nome do partido a que pertence um determinado candidato a emprego.  Explicou que os postos de trabalho são ocupados por concurso porque “o que queremos é a produtividade e não a discussão sobre de que partido somos. Temos que trabalhar para o desenvolvimento”.

Para Chissano, se Dlhakama estiver doente ‘vamos levá-lo para o hospital’ e não se perder tempo em procurar saber de que Dhlakama se trata. “É um moçambicano que tem de ir ao hospital”, vincou Joaquim Chissano.

Reagindo as palavras de Chissano, Filipe Nyusi agradeceu a confiança nele depositada pelos moçambicanos. “Encorajam-me, sobretudo, as palavras do presidente Chissano quando diz que todos vamos caminhar lado a lado”.

“Vamos andar numa viatura com quatro rodas e todas elas devem ir à mesma velocidade. Se por acaso uma tiver falhas, significa que o carro terá problemas. O que vos garanto, desde já, é a minha disposição e vontade de fazer sempre melhor para o partido e todo o povo moçambicano”, disse.

O Presidente Nyusi foi conduzido à presidência da Frelimo pelo Comité Central algum tempo depois de ter tomado posse, em 2015, como presidente da República. A decisão do Comité Central carecia de ser ratificada pelo congresso.


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Escrito por: África 21 Digital

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