O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) queniano declarou-se hoje incapaz de analisar e decidir uma petição de última hora para adiar as eleições presidenciais de quinta-feira no Quénia, argumentando não dispor de quórum de juízes.
África 21 Digital com agências
Um dos principais juízes do STJ queniano, David Maraga, compareceu hoje de manhã sozinho nas instalações da instituição e indicou que só ele e mais um outro magistrado, que chegaria mais tarde, compareceriam no tribunal para analisar a petição.
A petição foi apresentada por três cidadãos quenianos, entre eles um ativista dos direitos humanos, sendo solicitado o adiamento da repetição das presidenciais com o argumento de que não existem garantias para assegurar uma votação livre, justa e credível.
Segundo analistas contactados pela agência noticiosa AP, o anúncio de Maraga abre o caminho para a realização das presidenciais, ao contrário do pretendido pelo líder da oposição, Raila Odinga, que, além de anunciar a sua retirada da votação, apelou aos apoiantes para que a boicotem e se manifestem nas ruas de todas as cidades do país.
A 01 de setembro, o STJ anunciou uma inédita decisão em África de anular as presidenciais de 08 de agosto último, ganhas pelo Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, considerando provadas as irregularidades e ilegalidades cometidas na contagem dos votos e na transmissão dos dados para a Comissão Eleitoral.
A mudança na composição da Comissão Eleitoral é uma das exigências de Odinga para tornar a votação credível, algo que não foi aceite por Kenyatta, que decidiu manter em funções toda a estrutura.
Mais de 20 milhões de quenianos estão inscritos para a votação.