África 21 Digital com AIM
Álvaro Gonçalves, diretor provincial da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, diz que esta medida, que foi tomada pelo Governo, abrange apenas as mesquitas que tiveram contato com o grupo de indivíduos envolvidos nos ataques.
Assim, foram encerradas, por tempo indeterminado, as mesquitas localizadas nos bairros de Cariaco, na zona do Embondeiro, Alto Gigone e Chiuba.
“A decisão é irreversível e será extensiva a outras da cidade de Pemba e dos distritos de Chiure, Montepuez, Mocímboa da Praia, Palma e Nangade”, disse Álvaro Gonçalves, citado hoje pelo diário “Noticias”.
O assunto está a ser tratado em coordenação com o Conselho Islâmico e outras forças vivas da sociedade, disse Gonçalves, avançando que algumas das mesquitas poderão ser reabertas dependendo dos resultados das investigações em curso.
O sheik Nassurulahe Dula, do Congresso Islâmico, confirmou que as mesquitas visadas tiveram de facto contato com o grupo ora procurado pelas autoridades e que promoviam o fundamentalismo islâmico, orientação da qual a sua congregação se distancia completamente.
“Eles proíbem as crianças de ir à escola oficial, de ir aos hospitais, incitavam a população a abster-se de possuir documentos oficiais, desafiavam as autoridades policiais, atitudes que não fazem parte da doutrina do islão e nós não estamos a favor destes desmandos”, disse.
Segundo ele, Moçambique é um Estado com instituições a funcionar e não pode aparecer uma seita religiosa que ponha em causa esse pleno funcionamento institucional.
No dia 5 de Outubro último, um grupo de homens armados em número não especificado atacou três unidades policiais no distrito de Mocímboa da Praia.
Nos ataque foram mortos dois agentes da polícia e um ficou ferido tendo os assaltante se apoderado de armas de fogo em número não especificado e oito mil munições.
Presume-se que este mesmo grupo seja o mesmo que uma semana depois emboscou uma viatura da Polícia da República de Moçambique (PRM) na zona fronteiriça entre Mocímboa da Praia e Palma, matando três agentes policiais.
Na perseguição, a PRM abateu pelo menos 16 supostos integrantes deste grupo e capturou 12, tendo outros fugido para o distrito de Palma.