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Sindicatos exigem participação em negociações sobre despedimentos na TACV

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Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, a secretária-geral da maior central sindical cabo-verdiana, Joaquina Almeida, revelou que os trabalhadores da TACV se queixam, uma vez mais, de falta de informação.


África 21 Digital com Panapress


Foto: RTC

A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS) exigiu ao Governo o envolvimento dos sindicatos nas negociações com os trabalhadores da companhia aérea cabo-verdiana (TACV) que serão despedidos no âmbito da reestruturação da empresa, segundo a Panapress.

A UNTC-CS exige “em nome do diálogo, da concertação e da paz social que deve prevalecer entre os parceiros sociais” que o Governo chame e envolva os sindicatos, “de modo a poder garantir direitos, transparência, rigor e isenção e, acima de tudo, tranquilidade no processo de privatização” da TACV.

Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, a secretária-geral da maior central sindical cabo-verdiana, Joaquina Almeida, revelou que os trabalhadores da TACV se queixam, uma vez mais, de falta de informação e diálogo na companhia aérea pública cabo-verdiana.

A dirigente sindical esteve reunida, terça-feira, com um grupo de trabalhadores da TACV, que está em processo de reestruturação com vista à sua privatização, tendo o Governo assinado, para o efeito, um contrato de gestão pelo período de um ano com o grupo islandês Icelandair.

A reestruturação deverá implicar o despedimento de mais de 260 trabalhadores, cerca de metade do total dos efetivos da empresa, que se têm queixado recorrentemente da falta de diálogo e de informações sobre o seu futuro.

Joaquina Almeida adiantou que o Governo, que em setembro passado publicou o decreto de privatização da companhia, atribuiu a gestão do processo à Unidade de Acompanhamento do Setor Empresarial do Estado sem envolvimento dos sindicatos.

A líder sindical considerou ainda que o negócio com a Icelandair “está envolto em secretismo” sem que haja garantias de que continue após o final do contrato de gestão.

“Esse negócio tem um impacto devastador para toda a sociedade cabo-verdiana e, particularmente, para os mais de 200 trabalhadores, com consequências nos seus direitos adquiridos, bem como no bem-estar e estabilidade das respetivas famílias”, num total estimado de cerca de mil pessoas, advertiu.

Segundo Joaquina Almeida, os trabalhadores vivem num “quadro de stresse e angústia generalizado”, provocado pela falta de informação, perspetiva de desemprego, incerteza quanto ao futuro, abandono, dúvidas quanto aos critérios de despedimento e ao pagamento das indemnizações.

“Desde maio, momento do anúncio de reestruturação da TACV, os trabalhadores têm vivido momentos de incerteza e insegurança”, disse, adiantando que a central sindical está solidária e defenderá os trabalhadores neste processo.

O Governo cabo-verdiano contraiu, em outubro último, um empréstimo de 13,5 milhões de euros junto do Banco Negócios Internacional Europa destinado a indemnizar os trabalhadores da companhia aérea TACV.

Ministro das Finanças garante já ter dinheiro para indemnizações

Entretanto, o ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, garantiu, quarta-feira, que o dinheiro para as indemnizações dos trabalhadores que serão despedidos da TACV já está garantido e que o processo irá avançar “em regime de urgência”.

“Já temos os recursos mobilizados para indemnizar o pessoal e tudo vai ser acelerado. É um processo muito complexo. Tivemos que ir buscar recursos a várias entidades internacionais para garantir a operação”, disse.

Ele clarificou que o contrato “está fechado” e que vai haver o desembolso brevemente, e considerou ser “normal” o stress e a ansiedade dos trabalhadores.

“Pode ser nos próximos dias ou no próximo mês. Entendo esse stress da parte dos trabalhadores, mas é um processo necessário para que possamos viabilizar a empresa”, indicou.


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Escrito por: África 21 Digital

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