Ministro da Agricultura de Cabo Verde alertou que a parte produtiva do sector agrário em Cabo Verde não está organizada.
África 21 Digital com Inforpress
O ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, disse sexta-feira que a visão do Governo para as cooperativas do sector agrário é que as mesmas sejam organizadas como empresas, para que possam produzir e para o negócio.
Gilberto Silva manifestou esta intenção em Santa Cruz (ilha de Santiago), durante o seu discurso no acto de tomada de posse dos membros da Cooperativa de Fomento ao Desenvolvimento Rural Sustentável (TERRA-COOP), reconhecendo que ainda há uma necessidade de se reforçar a legislação à volta do cooperativismo.
É que a parte produtiva do sector agrário em Cabo Verde não está organizada, o que está ligado um outro factor, que o Governo vai atacar nos próximos tempos, que é a informalidade, que dificulta o desenvolvimento, segundo o governante.
De acordo com o ministro Gilberto Silva, tendo em conta que a agricultura, a pecuária e todos os sectores agropecuária são privados, cabe ao governo criar as condições para que os mesmos possam produzir.
Ajuntou a mesma fonte que mesmo não estando o sector organizado e para que o privado possa produzir melhor, tem que se organizar melhor para se atingir o mercado.
Por sua vez, o presidente da TERRA-COOP, Jacinto Santos, que comunga da mesma opinião do ministro, disse que é esta a ambição, justificando a demora de um ano na preparação todo o processo.
O líder TERRA-COOP quer que esta cooperativa seja gerida como um empresa, usando todos os instrumentos de gestão que as empresas normais utilizam, na perspectividade de rentabilidade e sustentabilidade.
Nesse sentido, avançou que a primeira coisa que a TERRA-COOP vai fazer, é encomendar um estudo técnico de viabilidade económica e financeira, alguns estudos técnicos, elaboração de instrumentos como plano estratégico de desenvolvimento e plano de negócio, para depois, comestes instrumentos à mão, saírem à procura de parceiros para mobilização de recursos.
“Queremos nascer sob o signo de autonomia. Iniciamos com um capital social razoável nas condições de Cabo Verde e vamos mobilizar mais recursos que, de imediato, vai nos permitir recrutar um técnico para começarmos a dar corpo ao projecto TERRACOOP”, afirmou.
De acordo com Jacinto Santos, a cooperativa vai caminhar por passos, tendo defino como eixos prioritários: acesso mais económico possível aos factores de produção, intervir na distribuição e apoiar tecnicamente os agricultores que fazem parte da organização.
Por outro lado, informou a mesma fonte, o projecto, que considerou de ambicioso, vai concentrar-se na ilha de Santiago e aberto a uma colaboração com Maio, Fogo e Brava.
No entanto, fez saber que a partir da TERRA-COOP pode ser criada uma cooperativa logística do sector agrário e de pesca em Cabo Verde nas ilhas de Barlavento, em que juntos possam actuar em massa.
A Cooperativa de Fomento ao Desenvolvimento Rural Sustentável (TERRA-COOP) é composta por nove membros da direcção e seis fiscais, na qual integram representantes das cooperativas, empresas privadas, associação de agricultores, uma câmara municipal e o sector das pescas.