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Beija-Flor: a estrela que brilha mais na noite estrelada do Rio

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A Beija-Flor encerrou os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial  do Carnaval do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (13). E a Beija-Flor brilhou na madrugada estrelada. O enredo da escola de samba carioca, de denúncia da corrupção, da violência, dos políticos,  levantou o povo das arquibancadas, que desceu à Sapucaí e, ao ritmo do samba, acompanhou a Beija-Flor.


África 21 Digital com Agência Brasil


 

Foto: Fernando Frazão/ABr/Arq Carnaval 2017

O público nas arquibancadas e frisas do Sambódromo, quando as últimas alas deixavam a passarela a pista foi invadida e uma multidão foi atrás da azul e branco de Nilópolis, da Baixada Fluminense. A estrela que mais brilhou na Sapucaí foi o enredo da Beija-Flor: Monstro é aquele que não sabe amar, os filhos abandonados da pátria que os pariu. Um forte libelo acusatório contra a corrupção e o Brasil que abandonou os seus filhos. O Brasil das élites.

A Beija-Flor defendeu o enredo criado pelo coreógrafo da comissão de frente Marcelo Misailidis, baseado no livro de terror Frankenstein, de autoria de Mary Shelley. “A crítica é sobre a ambição e a ganância desmedida do ser humano, que levam as pessoas a se perderem de si mesmo. É um enredo auto-reflexivo também, não é só voltado para a questão política ou da ganância econômica. É também auto-reflexivo sobre o processo das corrupções em geral e até sobre as questões ecológicos que precisam ser pensadas”, disse o coreógrafo.

Na obra, que agora completa 200 anos, um cientista dá vida a uma criatura construída com partes de pessoas mortas, tornando-se uma figura feia. Depois de rejeitada pelo criador, ela vaga em busca de companhia. E no desfile, a figura foi usada para um dos momentos de crítica no carro com o título de A Intolerância. Além de trazer a cantora Pabllo Vittar na frente, no meio da alegoria uma cabeça enorme de Frankenstein, se desfazia em fatias onde se lia embaixo palavras como racismo, feminicídio, ódio, discriminação, preconceito e xenofobia.

Em outra parte do desfile, criticando a corrupção, uma ala fez uma encenação de um banquete com homens e mulheres. Os homens estavam de terno preto com um pano branco na cabeça, lembrando o episódio chamado de Farra dos Guardanapos, que ocorreu em setembro de 2009 e foi exposto ao conhecimento público por meio de fotos. Naquele momento Sérgio Cabral, então governador do Rio de Janeiro, e seus assessores participavam de uma comemoração com empresários brasileiros e franceses.

Na alegoria O Abandono, a Beija-Flor mostrou várias cenas entre simulações de assaltos e de violência nas escolas em que alunos levam armas para as salas de aula. E no fim mais uma encenação, os integrantes da ala vestidos com roupas comuns do cotidiano simularam arrastões, mortes pela violência e estamparam mensagens como “quero mais emprego”, “chega de bala perdida” e “cuidar das crianças é cuidar do futuro !!!”


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Escrito por: África 21 Digital

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