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Tempos Bicudos

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Tempos bicudos esses que enfrentamos na atual conjuntura política brasileira! Expressivos partidos contaminados pela corrupção, falta de ética, corporativismo e nepotismo! Tudo junto e misturado. Os Três Poderes, sem exceção, lambuzados na bandalheira.


Enquanto Sodoma e Gomorra se consomem em enxofre e fogo, os pobres mortais, que vivem muito abaixo da linha do Poder que emana do quadrilátero da Praça dos Três Poderes, em Brasília, se digladiam, atiçando brasa e grosserias uns aos outros!  Um verdadeiro festival de agressividade. Pessoas afinadas com a esquerda acusando as consonantes com a direita – e vice-versa. Nessa bolada também se embaraça os considerados de centro, estejam eles guinados à direita ou à esquerda. Tanto faz.

Quem está certo ou errado? Esses elementos pertencem ao que for escrito pela história, que irá julgá-los, num futuro, talvez, não tão próximo. Até lá, os ânimos alimentados pelas paixões, que ora consomem cidadãos comuns, simples eleitores, já terão se tornado passado distante. Afinal, paixão, este sentimento humano, tão intenso e profundo, é algo que em geral nos faz perder a razão. E é prudente não discuti-la quando se encontra no apogeu de seus dias, uma vez que tende a manter o relacionamento em um nível irreal. Não por acaso se diz que a paixão cega. Sim, ela é capaz de  embaçar os sentidos, provocar ilusões e ações irracionais. O bom é que, segundo a psique, tem prazo de validade.

Nesse momento tão dramático em que estamos mergulhados, com as principais lideranças sob suspeita ética e/ou de rapinagem do Erário, se tornou difícil – por que não dizer quase impossível  –  um debate frio e imparcial. Até mesmo os apartidários se consomem em embates ferozes com o objetivo de valer suas convicções.

Nem mesmo o Carnaval, período considerado de abstração, conseguiu dar trégua às alfinetadas. Enquanto escolas de samba e blocos carnavalescos levaram por ruas e avenidas enredos críticos à crise política e social – sem entrar no mérito da relevância dos temas que tomaram essas agremiações -,  nas redes sociais muitos comentários se perderam em sentido e causa.  O propósito era, sem dúvida, desqualificar a opinião de quem pensa diferente.

Até mesmo dentre aqueles que torciam pela mesma escola os ânimos se acirraram, culminando em intermináveis trocas de insultos!  A unanimidade reinava até o ponto em que todos os posts vertiam pichações para o atual governo. Bastou destilar veneno contra o governo anterior para que uma saraivada de acusações, ofensas e sarcasmos tomasse conta de observações até então educadas e ponderadas.

É provável que  só tenhamos um período de descanso desses tempos bicudos quando finalmente encerrarmos todos os capítulos da interminável Operação Lava a Jato. Talvez, talvez… Porque, não esqueçamos, até o Judiciário, responsável pela  condução da Operação, caminha na corda bamba sob suspeição.

Até lá, fica a dica aos apaixonados: antes de tomar qualquer atitude drástica, espere abrandar o fogo da paixão. Se, por outro lado, isso de fato está demorando a acontecer, erga a cabeça e siga em frente. O estágio agora já é  o do amor, que pode levar à união!

Àqueles de coração livre, vale um conselho: releve e respeite, na medida do possível, os sentimentos dos outros. Amanhã pode ser você!

Rosana Tonetti, brasileira, de São Paulo, é jornalista e atualmente se divide entre o eixo Brasília e São Paulo. Trabalhou em jornais como Estado de S.Paulo, Correio Braziliense e revistas da Editora Abril. Participou de vários projetos de comunicação corporativa e institucional.


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Escrito por: África 21 Digital

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