A Polícia Federal prendeu hoje (29), em São Paulo, o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer e, em Monte Alegre do Sul, no estado de São Paulo, o empresário Antonio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos. As prisões ocorreram no âmbito da Operação Skala, lançada pela Polícia Federal em São Paulo e no Rio de Janeiro.
África 21 Digital com Portugal Digital
Foto:Tânia Rêgo/ABr
Também foram presos na mesma operação o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima, outro amigo do presidente Michel Temer e o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos, noticiou a rede Globo.
Yunes é apontado pelo operador financeiro Lúcio Funaro, delator da Operação Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas que teriam sido supostamente recebidas por Temer. Segundo os depoimentos de Funaro à Polícia Federal e Ministério Público, para lavar o dinheiro e disfarçar a origem, Yunes investia valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.
As prisões foram pedidas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se o presidente da República beneficiou, por meio de decreto, empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de propina (subornos).
Em depoimento à Polícia Federal, em novembro de 2017, no inquérito dos portos, Yunes informou sobre a venda de imóvel para o presidente Michel Temer. Recentemente, em março, Luís Roberto Barroso autorizou a quebra do sigilo bancário de Temer.