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Professores angolanos farão 15 dias de greve a partir de segunda-feira

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“Volvidos cinco anos, os professores não encontraram outra forma senão recorrer a um dispositivo constitucional”, declarou o presidente do SINPROF, Guilherme Silva.


África 21 Digital com Lusa



O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) angolano reiterou esta sexta-feira a retoma da greve no ensino geral, um ano depois da sua suspensão, que deverá ocorrer entre os dias 09 e 27 deste mês.

O aviso foi transmitido, em conferência de imprensa, pelo presidente do SINPROF, Guilherme Silva, que lembrou que o caderno reivindicativo, que dá origem à terceira fase da greve nacional, está no Ministério da Educação desde 2013.

Segundo o sindicalista, “de lá para cá, nada foi feito para se dar solução às reclamações dos professores”.

“Volvidos cinco anos, os professores não encontraram outra forma senão recorrer a um dispositivo constitucional”, numa referência ao direito à greve.

Guilherme Silva referiu que os professores pretendem com esta greve demonstrar a sua “insatisfação” pela não aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente, bem como rejeitar a estratégia do Ministério da Educação, de priorizar o concurso público de admissão de novos professores em detrimento da atualização de categoria dos professores em serviço.

Na sua intervenção, o diretor do SINPROF pediu aos professores que “não se deixem enganar” pelos apelos feitos por dois outros sindicatos, que já se demarcaram desta greve, por considerarem que “há da parte do Governo boa vontade na resolução dos problemas da classe”.

Para o presidente do SINPROF, “estes dois sindicatos querem continuar a ver os professores mendigando, entregues à miséria e morrendo de fome”.

“Esses supostos sindicalistas já alguma vez se colocaram ao lado dos professores que há bastante tempo esperam por atualização de categorias, promoções, subsídios e reajuste salarial? Já alguma vez conseguiram coordenar uma reivindicação nacional”, questionou.

“Não há vontade política”

O sindicalista disse que os professores vão avançar para a greve não porque não são patriotas, mas porque entendem que “não há vontade política e sensibilidade da parte do Executivo em solucionar os problemas dos professores que se arrastam há muitos anos”.

“Não se compreende, como é que desde a tomada de posse da senhora ministra da Educação nunca manteve um encontro de trabalho com um parceiro social tão importante, como é o SINPROF, pois sob sua mesa já encontrou questões de resolução imediata, tais como: a transição de milhares de professores do regime probatório para o quadro definitivo e a aprovação do estatuto da carreira docente”, salientou.

De acordo com Guilherme Silva, o SINPROF foi informado, “para desagrado dos professores”, que no início deste mês, o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) devolveu a proposta do Estatuto da Carreira Docente ao Ministério da Educação, que foi “arduamente trabalhada com o contributo do sindicato, desde a última fase de paralisação das aulas em 28 abril de 2017.

“Com esta greve estaremos fora das salas de aulas, mas não distantes dos nossos alunos, pois a estes, nós precisamos de os ensinar a lutar com todos os meios legais pelos seus direitos, precisamos orientá-los a nunca se calarem diante das injustiças”, frisou, apelando aos professores a que não se deixem intimidar e manipular pelos outros sindicatos.


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Escrito por: África 21 Digital

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