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Preço obrigatório está a impedir a compra do caju da Guiné-Bissau

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“A questão não está no preço de referência ter sido declarado em 1000 francos CFA (cerca de 1,5 euros), mas sim no facto de esse preço estar a ser apresentado como obrigatório”, afirma Josué de Almeida, coordeador de um projeto de apoio à agro-indústria. 


África 21 Digital com Lusa


Foto: ONU


O coordenador de um projeto de apoio ao desenvolvimento agroindustrial na Guiné-Bissau defendeu hoje que a obrigatoriedade de comprar o quilograma de castanha de caju a 1000 francos cfa poderá estar a prejudicar a campanha de comercialização.

Segundo Josué de Almeida, coordenador do Projeto de Reabilitação do Setor Privado e Apoio ao Desenvolvimento Agroindustrial, financiado pelo Banco Mundial, bastava que as autoridades dissessem que o preço não é obrigatório, mas de referência para fazer arrancar a campanha.

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, declarou aberta, oficialmente, a campanha da comercialização da castanha do caju, a 24 de março, mas até ao momento o produto não está a ser comprado, o que tem preocupado os produtores.

“A questão não está no preço de referência ter sido declarado em 1000 francos CFA (cerca de 1,5 euros), mas sim no facto de esse preço estar a ser apresentado como obrigatório. Aí é que se coloca o problema”, declarou Josué de Almeida.

O responsável disse ter sido informado pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) da “inexistência de sinais de anos anteriores” de entidades que participam na campanha de comercialização daquele que é o principal produto agrícola da Guiné-Bissau.

Operadores em espera

Josué de Almeida afirmou que os operadores no setor do caju, “estão com medo de transgredir uma ordem”, ditada pelo Presidente guineense, daí que preferem “aguardar e ver o desenrolar da situação”.

“Há indícios que se podem ver para sentir que a campanha está a começar, nomeadamente a instalação de postos de compra, o transporte de arroz de Bissau para o interior, mas nada disso se vê”, sublinhou Almeida.

Para aquele responsável ligado ao Banco Mundial é preciso esclarecer o produtor que o preço é de referência e que “é apenas um sinal do valor do seu caju”, mas se não conseguir um comprador naquele preço, pode vender como quiser.

“Se se declarasse apenas que o preço não é obrigatório resolvia-se o problema”, defendeu Josué de Almeida, que teme que se venha a repetir o mesmo fenómeno ocorrido na campanha de 2006.

Na altura, lembrou, o Governo fixou o preço de compra ao produtor a 350 francos CFA por quilograma, um valor que os compradores consideraram exagerado. Resultado, os compradores abandonaram a campanha ao ponto de o caju ser comprado a 75 francos CFA por cada quilograma, disse.

“Não queremos que volte a acontecer a mesma coisa este ano, mas vamos ser razoáveis e praticar os preços que se estão a praticar nos países da sub-região”, exortou.


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Escrito por: África 21 Digital

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