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Morreu Júlio Pomar um dos mais criativos artistas plásticos de Portugal

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O artista plástico Júlio Pomar morreu, terça-feira, aos 92 anos no Hospital da Luz, em Lisboa.  Pintor e escultor, nascido em Lisboa em 1926, Júlio Pomar é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa. 


África 21 Digital com Lusa


                                                                                                                                                                          Foto:Lusa/Arq

Júlio Pomar deixa uma obra multifacetada que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política ao fascismo, o erotismo e algumas viagens, como à Amazónia brasileira. Paris, onde viveu por mais de vinte anos, foi outra das suas fontes inspiradoras.

Em Brasília, cidade que visitou, Pomar assina um painel de 120 metros quadrados de azulejos, junto à Biblioteca Nacional, espaço nobre da capital federal, oferecido à cidade por Portugal, em dezembro de 2009.

Obras do artista estão presentes em várias coleções particulares e em museus do Brasil. Em 1976, participou da Bienal de São Paulo. Trabalhos de Júlio Pomar fazem parte dos acervos dos  Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte de S. Paulo Assis Chateaubriand, e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1986).

O Brasil, que visitou em 1987 e 1988, inspirou várias das suas obras, como Os Mascarados de Pirenópolis [tradição cultural de Pirenópolis, cidade a cerca de 180 quilômetros de Brasília, no estado de Goiás] e Os Índios.

“Um inovador e criativo irreverente”

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou hoje Júlio Pomar como um “criativo irreverente” e considerou que a sua morte deixa a cultura portuguesa “muitíssimo mais pobre”, manifestando a certeza de que o Governo proporá “o luto nacional correspondente”.

O chefe de Estado descreveu Júlio Pomar como “um inovador e criativo irreverente, profundamente rebelde”, que “esteve sempre à frente do seu tempo” e “marcou boa parte do século XX, marcou a transição para o século XXI” em Portugal, “mantendo-se sempre jovem”.

“Nós devemos a Júlio Pomar a abertura de Portugal ao mundo e a entrada do mundo em Portugal, desde logo, durante a ditadura, não apenas como pintor, não apenas como desenhador, mas como grande personalidade da cultura”, afirmou.

Interrogado sobre qual a melhor homenagem que o país lhe pode prestar, o Presidente da República respondeu: “Eu tenho a certeza de que o Governo português não deixará de propor o luto nacional correspondente”.

“Mas, para além disso, certamente que o Governo português irá meditar numa forma de o homenagear tal como ele gostaria, de uma forma não clássica, não conservadora, não tradicional. Mas progressista e virada para o futuro”, acrescentou.

             Painel junto à Biblioteca Nacional, em Brasília                                Foto: Pinterest

Também o presidente da Assembleia da República considerou hoje que a morte de Júlio Pomar representa uma “imensa perda” para a cultura portuguesa, caraterizando-o como “um artista maior no Portugal contemporâneo” que deve inspirar as jovens gerações.

Para Ferro Rodrigues, ao longo da sua vida, Júlio Pomar caraterizou-se também como um cidadão “empenhado no combate à ditadura e na causa da democracia”.

“Um artista multifacetado que sabia inspirar o grande público e também por isso deve servir de inspiração às novas gerações. Sem dúvida uma imensa perda para a Cultura Portuguesa”, sublinhou na sua mensagem o presidente da Assembleia da República.


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Escrito por: África 21 Digital

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