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Governo angolano pede apoio dos criadores de gado para garantir produção de vacinas

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Angola tem atualmente três milhões de cabeças de gado bovino, distribuídas por seis províncias.


África 21 Digital com Lusa



O Governo angolano quer um preço mínimo para a venda do milho e soja, para incentivar a produção de gado no país, mas pede também o envolvimento dos criadores na dinamização na produção nacional de vacinas para os animais.

A posição foi transmitida este sábado pelo secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Alberto Jaime Pinto, durante uma visita à anual Feira do Dia do Criador de Gado e do Campo, que decorre no município da Quibala, província do Cuanza Sul, a mais de 300 quilómetros de Luanda.

Atualmente com três milhões de cabeças de gado bovino, distribuídos essencialmente por seis províncias do país, o objetivo do Governo é garantir as necessidades internas de carne e já pensar nas exportações, assumindo para tal a necessidade de apoiar os fazendeiros nacionais.

“Principalmente, o milho e a soja, que representam os principais produtos para a produção animal, serão analisados. Primeiro estabelecer um preço mínimo de referência desses produtos e depois tentar encontrar a nível do fincamento interno, do Governo, a subvenção de alguns itens, principalmente os combustíveis, a questão dos fertilizantes, que são os itens que pesam mais na cadeia de produção”, garantiu Carlos Alberto Jaime Pinto.

A decorrer na Fazenda de Santo António, no município da Quibala, esta feira é organizada pela Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola, constituída há 15 anos e que por si só representa dois milhões de cabeças de gado distribuídos pelas províncias de Benguela, Cunene e Huíla.

Aproveitando a presença dos produtores, o secretário de Estado apelou ao apoio dos fazendeiros, através de uma parceria com o Governo, na criação de estruturas de apoio em todo o país, desde logo para produzir e administrar as quatro vacinas obrigatórias.

“Vacinas que temos que produzir cá no país. Até porque se nós não tivermos uma sanidade animal aceitável a nossa carne nunca poderá ser exportada”, disse o governante, apelando à organização dos empresários neste processo.

Angola necessita de cerca de quatro milhões de doses de vacina, para suportar a campanha de imunização animal contra a peripneumonia contagiosa, dermatite nodular, o carbúnculo hemático e o sintomático, inicialmente prevista para arrancar em maio.

Durante o evento, o administrador da fazenda Santo António, anfitriã da feira e uma das principais em Angola, com uma área de 11.000 hectares, pediu ao Governo medidas de proteção para o setor.

A posição foi assumida por Fernando Teles, que é também presidente do conselho de administração do banco BIC, um dos maiores financiadores de projetos agrícolas em Angola.

Proteção da produção nacional

“Tem que haver alguma proteção da produção nacional, tem que haver medidas estatais no sentido de fazer com que a produção seja incentivada e para isso tem que haver aumento das taxas para os produtos que são importados, por forma a que nós possamos produzir a preços competitivos e possamos melhorar a qualidade e rentabilidade, diminuído os preços. Esse é o caminho”, disse.

Só aquela fazenda, que resultou de um investimento de 30 milhões de dólares (25 milhões de euros), conta com uma área de 4.500 hectares em produção, dos quais 1.500 hectares de milho de regadio que rende 30 toneladas por ano.

“Angola precisa de produção. Precisa de produção de milho e soja para fazer ração, para termos porcos, para termos aves, para fazermos o confinamento das vitelas e das vacas, para rapidamente Angola ser um país sem necessidade de importar [carne], e nós estamos a dar essa ajuda”, disse Fernando Teles.

Assumiu que atualmente os empresários angolanos do setor agrícola e pecuário “ainda perdem muito dinheiro”, face à competição da carne que vem do exterior, defendendo por isso medidas governamentais concretas para “fazer com que as importações diminuam”.

A criação de fundos, em conjunto com os bancos, para ajudar novos agricultores a entrar na atividade, é outra das necessidades que Fernando Teles identifica: “E acho que toda a banca está disponível para isso”.


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Escrito por: África 21 Digital

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