África 21 Digital com AIM
Esta foi a posição assumida pela Frelimo, em conferência de imprensa realizada sábado, em Maputo.
“Não estando a Renamo a honrar os compromissos assumidos, em vida, pelo seu líder, Afonso Dhlakama, não estão reunidas as condições para a conclusão do processo da descentralização”, disse Margarida Talapa, chefe da bancada parlamentar da Frelimo.
“Aquando da revisão da Constituição, afirmamos que este processo de busca da paz definitiva e duradoira é uma moeda com duas faces: a descentralização e a desmilitarização da Renamo”, sublinhou.
Reafirmou a total disponibilidade da Frelimo para, a qualquer momento, retomar o processo caso a Renamo dê passos concretos no desarmamento, desmobilização e reintegração dos seus homens.
Reiterou o apelo à liderança da Renamo no sentido de corresponder aos anseios do povo moçambicano, que clama por uma paz efectiva e aos esforços do Presidente da República, Filipe Nyusi.
“A Renamo deve respeitar a Constituição, o Chefe de Estado, os moçambicanos e os compromissos assumidos pela sua liderança”, afirmou Talapa.
A chefe da bancada parlamentar da Frelimo salientou ainda que os moçambicanos devem ir às eleições autárquicas de Outubro de 2018 livres do medo e do espectro da guerra.
Destacou que a Frelimo está ciente da sua responsabilidade para com os moçambicanos e tem demostrado isso com actos concretos a vontade política em afastar todos obstáculos à paz.
Afirmou que o seu partido e os moçambicanos não sentem a mesma vontade política por parte da Renamo de cumprir com o compromisso de desarmar e desmobilizar os seus homens.
Na quinta-feira, a Comissão Permanente da Assembleia da República anunciou o adiamento da sessão extraordinária do Parlamento enquanto não se registarem progressos significativos no diálogo, que deverão culminar com a desmilitarização e integração dos homens armados da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança e na sociedade.
O porta-voz da Comissão Permanente da AR, José Amélia, explicou a jornalistas que “a bancada parlamentar da Frelimo submeteu um pedido para o adiamento da sessão extraordinária devido a falta de progressos no diálogo com a Renamo sobre as questões militares”.
Referiu que devido a falta de uma aproximação de posições que possam resultar na viabilização da sessão extraordinária, a Comissão Permanente deliberou por adiar a sessão e aguardar pelos avanços do processo de desmilitarização da Renamo.
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Garantiu que a sessão extraordinária será marcada logo que se verificarem avanços nas questões que preocupam os moçambicanos.