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António Costa destaca “profundas divisões” na União Europeia e diz que “consenso” é aparente

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O primeiro-ministro português, António Costa, comentou hoje em Bruxelas que o acordo sobre migrações “não disfarça as divisões profundas que hoje ameaçam a UE”, afirmando mesmo que não se lembra de uma cimeira onde as mesmas tenham sido tão evidentes.


África 21 Digital com Lusa


“Esta foi uma cimeira seguramente muito difícil, e onde o aparente consenso expresso no documento não disfarça as divisões profundas que hoje ameaçam a União Europeia em matéria de valores e em matéria de migrações”, disse, ao sair da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

Quanto ao teor do compromisso alcançado ao fim de uma longa maratona negocial, Costa observou que “quem ler atentamente as conclusões, verificará que o Conselho não fez mais do que mandatar a Comissão e o Conselho para dialogarem com as Nações Unidas, com a Organização Internacional para as Migrações, com países terceiros para explorar uma ideia, e nada mais do que isso”.

“Foi um debate muito difícil. Eu não me recordo nestes anos que tenho estado aqui no Conselho de um debate tão difícil e onde tenha sido tão evidente as divisões que hoje efetivamente existem na Europa e que não vale a pena querermos disfarçar que existem”, lamentou.

Ainda sobre as conclusões adotadas relativamente à gestão dos fluxos migratórios, Costa comentou que “a existência de canais legais e seguros, que permitam aos refugiados entrar na Europa sem ser por via das redes ilegais e sem porem a sua vida em risco, deve ser assegurado, desde que claramente não sejam campos de contenção que desresponsabilizem a Europa, fazendo um ‘outsourcing’ para países terceiros de responsabilidades da UE, mas que seja, pelo contrário, uma forma de encontrar um canal aberto e positivo”.

Costa disse aos jornalistas, em Bruxelas, que Portugal não é candidato a acolher centros controlados, previstos no acordo sobre migrações alcançado esta madrugada no Conselho Europeu, em Bruxelas.

Primeiro-ministro diz “não” a centro para migrantes em Portugal

“Portugal não se candidata, nem havia razões para isso”, esclareceu o primeiro-ministro português, quando questionado sobre se o país seria candidato a acolher centros controlados, destinados a receber pessoas resgatadas em operações de salvamento no Mediterrâneo.

Costa enfatizou que “Portugal é um país que tem tido uma política coerente e constante em matéria de migrações”, tendo inclusivamente assumido “uma quota de aceitação de refugiados que é largamente superior à quota obrigatória da União Europeia (UE).


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