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Foto: Estante/Fnac
A cerimônia teve lugar na Biblioteca Nacional do Rio e contou com a presença, entre outros convidados, dos ministros da Cultura do Brasil, Sérgio Sá Leitão, de Portugal, Luís Felipe Castro Mendes, e de Cabo Verde, Abrãao Aníbal Barbosa Vicente.
Germano Almeida, vencedor da 30. edição do Prêmio Camões, é o segundo cabo-verdiano a ser distinguido. Em 2009, o vencedor foi o poeta Armênio Vieira.
Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, estes dois últimos já adaptados para cinema.
Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.
Ao ser anunciado o seu nome pelo júri, reunido em maio, em Lisboa, Germano Almeida afirmou-se “surpreendido”, mas “muito feliz” por constatar que o seu trabalho é apreciado a ponto de receber o galardão maior da língua portuguesa.
“Estou contente, muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prémio tão prestigiado como o Camões”, disse Germano Almeida em declarações à agência Lusa.
Para Germano Almeida, este galardão representa “o reconhecimento do esforço e do trabalho” que vem desenvolvendo há anos como escritor.
O autor de livros como “Eva” ou “Do Monte Cara vê-se o Mundo” considerou ainda importante a componente financeira do prémio “para um escritor que publica em Cabo Verde e em Portugal, onde os livros são mal vendidos e os escritores dolorosamente mal pagos”.
O Prémio Camões, atribuído anualmente, é uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento “do património literário e cultural da língua comum”, segundo o protocolo estabelecido entre Portugal e o Brasil, assinado em junho de 1988, que instituiu o prémio.
O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga e, na mais recente edição, em 2017, foi entregue ao poeta Manuel Alegre, também português.