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Panificadores angolanos pedem regulação do preço da farinha de trigo

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Os industriais panificadores de Angola queixaram-se hoje da especulação em torno do preço do saco da farinha de trigo, comercializado oficialmente a 8.000 kwanzas (23,5 euros), e pediram a intervenção do Estado.


África 21 Digital com Lusa


Foto: DW

O presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola (AIPPA), Gilberto Simão, indicou que pelo interior do país o preço do saco de 50 quilogramas atingiu já os 12.000 kwanzas (35,30 euros), “especulações” que considera “desnecessárias”, pelo que pediu o apoio estatal às cooperativas do setor.

“Isto é uma falsa situação que se está a criar aqui, porque os preços são especulativos. Não há necessidade de haver especulação do preço da farinha de trigo e nem havia necessidade de o preço estar aí hoje a 9.000 ou 10.000 kwanzas (26 a 29 euros) como está”, disse.

Numa altura que, um pouco pelo país, se fala da carência da farinha de trigo, o Entreposto Aduaneiro de Angola retomou hoje a venda da farinha de trigo com o saco de 50 quilogramas a custar 8.000 kwanzas.

Para Gilberto Simão, a retoma da comercialização do trigo no Entreposto resulta de uma ação conjunto com as Grandes Moagens de Angola, mas antevê que a adesão a àqueles armazéns públicos “não será maciça”.

“Mas, simplesmente, a adesão não está neste momento a ser maciça no Entreposto porque, a partir de hoje, aqueles armazéns que especulavam os preços a 9.000 ou 10.000 também estão já a vender a 8.000 kwanzas, então isso reduz a afluência ao Entreposto”, referiu.

Segundo o presidente da AIPPA, mesmo o valor de 8.000 kwanzas para cada saco de trigo não satisfaz os industriais do setor.

“Com este preço, não temos rentabilidade nenhuma. O que é preciso fazer”, questionou.

No entender do líder associativo, o Governo angolano “está a ser enganado”, sobretudo pelos “grandes operadores, que beneficiam de milhões e milhões” para importar a matéria-prima.

A capacitação das cooperativas dos industriais de panificação, 1.000 filiados, só em Luanda, e mais de 56 em cada província do interior de Angola, aponta Gilberto Simão, “ajudaria a travar a onda de especulação que se regista no setor”.

“É preciso que o Governo capacite a nossa cooperativa. Garanto que, se nós formos capacitados, não só em cambiais, mas também em financiamento em kwanzas para comprarmos cambiais, podemos trazer aqui farinha de trigo entre 6.000 e 7.000 kwanzas (17 a 20 euros)”, garante.

De acordo ainda com responsável, os 8.000 kwanzas pelo saco da farinha de trigo são “um paliativo” que a Associação encontrou para resolver o problema de Luanda, quando, observou, noutras províncias se registam outros problemas.

“Porque Angola não é Luanda. O problema é como é que está no Moxico, Cuando-Cubango, onde o preço está especulativo entre 10.000 e 12.000 kwanzas o saco. É preciso que o Governo coloque um travão nisso”, alertou.

“Vamos apoiar as cooperativas das indústrias de panificação na importação de farinha de trigo e ver um preço justo para rentabilizar o negócio dos nossos industriais de panificação”, sugeriu.


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Escrito por: África 21 Digital

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