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Santo Antão quer ser património mundial da agricultura

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A candidatura da ilha cabo-verdiana de Santo Antão a património mundial da agricultura está a ser preparada desde julho deste ano.


África 21 Digital com Inforpress


Foto: Inforpress


Santo Antão pode obter, dentro de pouco tempo, o estatuto de património mundial da agricultura, cuja candidatura está em fase adiantada de preparação por uma equipa integrada por técnicos dos ministérios da Agricultura e dos Negócios Estrangeiros.

Essa possibilidade surge numa altura em que o Governo, no quadro do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS) de Cabo Verde, já traçou como um dos desafios colocar Santo Antão, entre as 20 ilhas mais belas do mundo.

A candidatura de Santo Antão a património mundial da agricultura está a ser preparada, desde julho deste ano, no âmbito dos Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (SIPAM) e apresenta como alguns dos trunfos a reserva florestal do Planalto Leste e o vale do Paul.

Para isso, os ambientalistas consideram “fundamental” a recuperação do perímetro do Planalto Leste, com 1.600 hectares de extensão, seriamente, afectado, em finais de Julho, por um incêndio de grandes proporções, que destruiu cerca de 13 por cento da floresta (cerca de 200 hectares).

Os municípios de Santo Antão têm estado, desde 2014, a defender a necessidade de se avançar com a candidatura de toda a ilha a património natural da humanidade, dadas as suas paisagens, montanhas e falésias consideradas únicas no mundo.

O Governo garante estar a trabalhar na criação de condições que permitam a classificação de Planalto Leste, declarada reserva florestal em 1990, como património natural da humanidade e de Santo Antão como património mundial da agricultura.

Numa visita ao Planalto Leste, por ocasião do mais recente incêndio florestal, o primeiro-ministro havia afirmado que o Executivo estaria a criar as condições para, sobretudo, com relação ao Planalto Leste, se poder conseguir esses desideratos.

Parte do parque natural de Cova/Paul/Ribeira da Torre, com uma área de quase 2.100 hectares e considerado o maior centro de biodiversidade de plantas endémicas em Cabo Verde, com 36 espécies, fica na reserva florestal do Planalto Leste.

O plano de recuperação do Planalto Leste, previsto até 2023, deve arrancar nos princípios de 2019 com intervenções na limpeza, replantação e conservação de solos e água, bem como a nível de informação e sensibilização das populações, num investimento a rondar os 30 mil contos.

A missão encarregue da preparação da candidatura de Santo Antão a património mundial da agricultura, a ser apresentada à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), esteve, recentemente, nesta ilha em contactos com as autoridades na ilha.

A missão integra ainda um representante do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).

O SIPAM é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para e Alimentação Agricultura (FAO), criada em 2002, que reconhece e promove sítios ricos em biodiversidade e recursos genéticos que representam o sustento das comunidades.

Trata-se de sítios ricos em biodiversidade e recursos genéticos que representam o sustento das populações, apresentando ainda diversidade de paisagens de alto valor estético.

No mundo, existem 37 sítios reconhecidos como património mundial da agricultura.


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Escrito por: África 21 Digital

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