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Moçambique é o país com a terceira maior percentagem de casos de malária no mundo

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Moçambique é o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo o relatório anual hoje divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


África 21 Digital com Lusa


Só a Nigéria (25%) e a República Democrática do Congo (11%) têm parcelas maiores na repartição do número de casos estimados, o que faz de Moçambique o país lusófono mais afetado pela malária – Angola surge em 13.º lugar com 2% do total mundial de casos.

Ainda assim, a agência das Nações Unidas refere no relatório de hoje que “a transmissão da doença está estabilizada” em Moçambique e os dados mostram que o país está a conseguir reduzir o número de mortes por malária – apesar do elevado crescimento populacional, a rondar 21%: de 24,5 milhões de habitantes em 2010 para 29,6 milhões em 2017.

A OMS aponta para uma estimativa entre 12.200 a 17.200 mortes provocadas por malária em 2017 em Moçambique, valores em queda desde 2010, ano em que o intervalo variava entre 14.200 e 20.900 mortes.

Quanto ao número de casos, as estimativas da organização apontam para um intervalo muito largo, que varia entre um mínimo de 7,3 milhões e um máximo de 13,5 milhões de casos que se calcula tenham existido no país em 2017, a partir da amostragem recolhida.

Em Angola, para quase a mesma população em risco (cerca de 29,8 milhões) as estimativas de 2017 apontam para a existência de 3,1 a 6,6 milhões de casos de malária, que terão resultado em 5.900 a 9.210 mortes.

A OMS estima que, apesar de uma diminuição de casos desde 2010, o número de mortes em Angola se tenha mantido quase inalterado no mesmo período.

Tal como nos anos anteriores, Moçambique e Angola surgem como os países lusófonos mais afetados pela malária, enquanto Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé são os territórios onde a doença é menos problemática.

Timor-Leste é o país lusófono com maior redução proporcional no número de casos e mortes: houve 200 vítimas mortais em 2010, mas não houve nenhuma nos últimos três anos, e o número de casos desceu da casa dos 100.000 para menos de 50 em 2017.

Em São Tomé e Príncipe, além de um pico entre 2011 e 2013, em que se registaram 12.550 casos num só ano, os números têm se mantido estáveis em redor dos dois mil casos anuais, sem mortes desde 2014.

Em Cabo Verde, os números são reduzidos, mas houve um aumento de sete casos de malária em 2015 para 48 em 2016 e quase nove vezes mais em 2017, com um total de 423 – dos quais resultou uma vítima mortal.

Nestes três territórios (Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé) há iniciativas em curso para erradicação da malária.

No maior país do mundo a falar português, o Brasil, a OMS registou 30 mortes por malária em 2017, um número em redução desde 2010, ano em que houve 76 vítimas.

O número de casos aumentou entre 2016 e 2017, estimando-se que possa ter afetado entre 196.000 e 236.000 pessoas no último ano, mas, ainda assim, a OMS nota que o Brasil está num grupo de seis países da sub-região das Américas que deverá conseguir reduzir entre 20% a 40% o número de ocorrências de malária na década (entre 2010 e 2020).

Na Guiné-Bissau, não tem havido evolução desde 2010 e estima-se que tenha havido entre 600 a 800 mortes por malária em 2017, num universo de casos que pode chegar aos 260 mil – o país tem cerca de milhão e meio de habitantes.

Na Guiné Equatorial, mais recente membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o número de mortes terá caído para menos de mil, mas o número de casos tem vindo a aumentar e a OMS teme que possam chegar a afetar metade dos 1,2 milhões de habitantes.

Portugal, assim como o resto da Europa, são considerados territórios livres de malária.


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Escrito por: África 21 Digital

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