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São Tomé: Partido vencedor de eleições vai indicar novo nome para primeiro-ministro

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O presidente do Ação Democrática Independente (ADI), vencedor das legislativas de São Tomé e Príncipe, disse que o seu partido vai indicar, nos próximos dias, um novo nome para primeiro-ministro, após a recusa do candidato escolhido anteriormente.


África 21 Digital com Lusa


Patrice Trovoada. Foto: STP Press

“O ADI vai procurar um outro nome, mas tem de reunir as estruturas [do partido], face a este elemento novo, que foi uma atitude pessoal do Olinto Daio”, afirmou Patrice Trovoada, presidente do ADI e primeiro-ministro do Governo são-tomense em funções, até à nomeação de um novo executivo, o que deverá acontecer esta semana.

Sábado (24), Olinto Daio, ministro da Educação, Cultura, Ciências e Comunicação do executivo do ADI, anunciou ter declinado o convite para chefiar um eventual próximo executivo, após ter sido indicado, há duas semanas, pela direção do partido para esta função.

Patrice Trovoada admitiu ter ficado surpreendido com a decisão do membro do seu Governo, de que teve conhecimento “através das redes sociais”, mas atribuiu a posição de Olinto Daio ao “clima político no país, que continua a degradar-se”.

O líder partidário referiu que na posse da Assembleia Nacional, na quinta-feira passada, se observaram “insultos” e “incivilidades”, com deputados do ADI a serem “vaiados”.

“Nós defendemos que se respeite a Constituição e que não se abram maus precedentes”, sustentou o líder do executivo cessante, insistindo que espera que o Presidente da República, Evaristo Carvalho, chame o ADI, “que ficou em primeiro nas eleições” para formar o próximo Governo, apesar da ameaça dos partidos da oposição, que reclamam ter maioria absoluta no parlamento, de que os deputados chumbarão este executivo.

Patrice Trovoada reiterou que a difícil situação económica de São Tomé e Príncipe exige um governo de “unidade nacional ou, pelo menos, de base alargada”.

No mês passado, Trovoada anunciou que não pretendia liderar um executivo, afastando-se do poder para facilitar um entendimento do ADI com as restantes forças políticas, mas o segundo e terceiro partidos mais votados – MLSTP e coligação PCD-UDD-MDFM – rejeitaram o diálogo com o ADI.

Nas eleições legislativas, realizadas em 07 de outubro, o ADI venceu com maioria simples (25 em 55 deputados na Assembleia Nacional), perdendo a maioria absoluta (33 deputados) que conquistara na legislatura anterior.

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) foi o segundo mais votado, conseguindo 23 mandatos, enquanto a coligação PCD-UDD-MDFM alcançou cinco lugares.

Após as eleições, MLSTP e coligação assinaram um entendimento de incidência parlamentar e com fins governativos, garantindo maioria absoluta de 28 deputados no parlamento e reclamando ter sustentabilidade parlamentar para suportar um governo.

Foram ainda eleitos dois deputados independentes pelo Movimento de Caué (distrito no sul do país).

A cerimónia de posse dos deputados à Assembleia Nacional decorreu na passada quinta-feira e o Presidente da República ouviu os partidos com assento parlamentar na sexta-feira e no sábado e, segundo fontes partidárias, deverá indigitar o próximo primeiro-ministro esta quarta-feira.

Na sessão inaugural do parlamento, o chefe de Estado são-tomense advertiu os deputados para a “necessidade permanente de busca de consenso”, dada a “forma muito particular e exigente da correlação de forças” na Assembleia Nacional.

“A legislatura que hoje se inicia não se afigura nada fácil, quer pela crescente expectativa gerada no seio da população, ou mesmo, se não o mais importante, pela forma muito particular e exigente na correlação de forças desta nova assembleia, o que impõe a todos vós, deputados, uma necessidade permanente de busca de consenso sobre as questões prioritárias de governação pelo povo e para o povo, na paz e concórdia”, afirmou o chefe de Estado são-tomense, no encerramento da cerimónia de posse dos 55 deputados eleitos nas legislativas de 07 de outubro.


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Escrito por: África 21 Digital

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