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Prémio Nobel da Paz congolês homenageia vítimas de violência sexual no mundo

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O médico congolês Denis Mukwege dedicou o Prémio Nobel da Paz a todas as vítimas da violência sexual no mundo, advogando o fim da impunidade dos autores destes crimes.


África 21 Digital com Panapress


Mukwege, ginecologista, fez o anúncio segunda-feira, ao receber o Prémio Nobel da Paz em Oslo, na Noruega, pela sua militância a favor da defesa dos direitos humanos no leste da República Democrática do Congo (RDC).

O médico deu enfoque à situação na aldeia de Kavumu, no leste congolês, onde mais de 50 crianças foram violadas por um membro do Parlamento Provincial de Kivu-Norte, cuja milícia aterroriza habitantes locais.

“O que ocorreu em Kavumu e que continua a acontecer hoje em numerosos outros locais no Congo, como violações sexuais e massacres em Beni (leste) e em Kasai (no centro-sul do país),  foi favorecido pela ausência de um Estado de direito, pela decadência dos valores tradicionais e pela impunidade, de que gozam, em particular, dirigentes no regime no poder”, indignou-se Mukwege.

Sublinhou que as violações, os massacres, a tortura, a insegurança e a falta gritante de educação criam uma espiral de violência sem precedentes.

O balanço humano deste caos perverso e organizado, prosseguiu o Prémio Nobel da Paz, cifra-se em centenas de milhares de mulheres violadas, mais de quatro milhões de pessoas deslocadas no interior da RD Congo e seis milhões de mortos, ou seja o equivalente a  toda a população da Dinamarca.

“Contudo, apesar de todos os esforços envidados, esta tragédia humana continua sem que todos os responsáveis sejam processados. Só a luta contra a impunidade pode quebrar a espiral da violência. Temos todos o poder de mudar o curso da história quando as convicções pelas quais lutamos são justas”, enfatizou Mukwege.

O Prémio Nobel da Paz 2018 foi atribuído a Denis Mukwege e a Nadia Murad, ex-escrava do Daesh (Estado Islâmico), pelos esforços envidados para pôr termo à onda de violações sexuais como arma de guerra no mundo.

Ginecologista de profissão, Mukwege não poupa esforços para ajudar mulheres vítimas de violações sexuais cometidas por vários protagonistas da guerra na RD Congo, praticando uma cirurgia reparadora dos órgãos genitais das vítimas na sua clínica em Panzi, na província de Kivu-Sul (leste).


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