África 21 Digital com Panapress
Cartum, capital do Sudão Foto: Sputnik/Arq A organização internacional de defesa dos direitos humanos considera justo alarmar-se com as manifestações, denunciando o uso pelas forças de segurança de meios desproporcionais face a manifestantes desarmados, declarou a porta-voz da AI, Sarah Jackson.
“Com dezenas de manifestantes mortos, o Governo deve dar prova de moderação em relação ao uso da força e prevenir cada vez mais derramamento de sangue desnecessário”. Segundo a AI, as autoridades sudanesas deviam tentar encontrar uma solução para a crise económica que levou às ruas as populações.
Por sua vez, o Presidente sudanês, Omar el-Bechir, saindo do silêncio sobre a matéria, prometeu a adoção de medidas económicas, pelo seu Governo, para remediar a crise económica devida ao aumento dos preços de alguns produtos básicos no país.
Exortou as populações sudanesas a não darem ouvidos aos apologistas de ódio e saudou, por outro lado, o papel desempenhado pelas forças de segurança sudanesas na preservação da segurança e do bem-estar das populações.
A imprensa sudanesa relata igualmente que a Polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, detendo 12 manifestantes em cerca de quatro cidades do país.
As manifestações ocorreram em todo do país em protesto contra o aumento dos preços dos géneros alimentícios, do combustível e contra a penúria de liquidez nos bancos.
O início das manifestações antigovernamentais foi dado por adeptos desportivos quando regressavam do estádio domingo último, tendo-se propagado posteriormente pelo país, nomeadamente nas três principais cidades do país, Cartum (capital), Cartum-Norte e Omduram, a maior do Sudão, situada na margem do rio Nilo, frente a Cartum.
O Parlamento sudanês exigiu, por sua vez, a instauração imediata de um comité de inquérito sobre a morte de manifestantes.