Milhares de apoiantes do partido da oposição União para a Democracia e Progresso Social (UDPS) saíram hoje às ruas de Kinshasa para comemorar a confirmação de Félix Tshisekedi como novo Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo).
África 21 Digital com Lusa
Foto: HUGH KINSELLA CUNNINGHAM/Lusa
“Comprometo-me durante esta jornada a reconciliar os congoleses entre si e com o Congo”, declarou Tshisekedi hoje pela manhã, após a notícia de que o Tribunal Constitucional havia validado os resultados das eleições.
“Amanhã, o Congo que formaremos não será um Congo de ódio, tribalismo e divisão. Será um Congo reconciliado, um Congo fortemente orientado para o seu desenvolvimento”, disse.
Numerosos apoiantes, provenientes de diferentes pontos da capital, reuniram-se hoje em frente à sede das UDPS, no reduto da oposição de Limete, estando a rua cortada ao trânsito.
“É a vitória da verdade. Nós estamos há anos esperando (…). O povo ganhou e (isso) supõe uma verdadeira reconstrução do país”, disse à agência noticiosa espanhola EFE o congolês Cyril Tshibuyi, que estava próximo da sede da UDPS.
“Deus respondeu às nossas orações. Nossas orações foram escutadas. Desde a madrugada que estou aqui a comemorar com os meus companheiros”, disse à EFE o condutor de mototáxi Fiston Mbuyi.
“Ganhamos. O que o pai [antigo líder da oposição Etienne Tshisekedi, fundador UDPS em 1982] não conseguiu, hoje o seu filho conseguiu”, afirmou Mbuyi.
No anúncio, o Tribunal Constitucional congolês manteve os resultados provisórios publicados pela Comissão Eleitoral Independente (CENI), segundo a qual Tshisekedi ganhou as eleições de 30 de dezembro com 38,57% dos votos, seguido pelo também opositor Martin Fayulu, com 34,86%.
Por seu lado, Martin Fayulu considerou um “golpe” o anúncio feito pelo Tribunal Constitucional e pediu tanto aos congoleses com à comunidade internacional para não legitimar Tshisekedi, bem como apelou para a mobilização social de forma pacífica.
A vitória de Tshisekedi aconteceu após dois anos de atrasos e incertezas, já que o Presidente Joseph Kabila – no poder há 18 anos – concluiu o seu segundo e último mandato eleitoral, mas “ancorou-se” no poder a partir de dezembro de 2016.