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MP abre inquérito aos incidentes entre PSP e populares no Seixal e em Lisboa

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O Ministério Público (MP) abriu um inquérito aos incidentes ocorridos no domingo entre populares e elementos da PSP, no bairro social da Jamaica, concelho do Seixal, distrito de Setúbal, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).


África 21 Digital com Lusa


“Os acontecimentos deste fim de semana no Bairro da Jamaica deram origem a um inquérito, o qual é dirigido pelo Ministério Público do Seixal. No âmbito desse processo serão investigados todos os factos que cheguem ao conhecimento do Ministério Público, incluindo os relacionados com a atuação policial. Decorrem, neste momento, diligências de recolha de prova”, refere uma nota publicada na segunda-feira na página da internet da PGDL.

A nota indica que, na sequência dos incidentes, “foi efetuada uma detenção, por resistência e coação sobre funcionário”, acrescentando que o “detido foi sujeito a primeiro interrogatório não judicial”, o qual ficou com a medida de coação de termo de identidade e residência.

Na manhã de domingo, a polícia foi alertada para “uma desordem entre duas mulheres”, tendo sido deslocada para o local uma equipa de intervenção rápida da PSP de Setúbal. Na ocasião, um grupo de homens reagiu à intervenção dos agentes da PSP quando estes chegaram ao local, atirando pedras.

Na sequência destes incidentes, ficaram feridos, sem gravidade, cinco civis e um agente policial, que foram assistidos no Hospital Garcia de Orta, em Almada.

A PSP decidiu abrir um inquérito para “averiguação interna” sobre a “intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam”, da qual resultaram, além dos feridos, um detido, que saiu em liberdade.

Pelo seu lado, a associação SOS Racismo anunciou que iria apresentar uma queixa ao MP.

Na sequência destes acontecimentos, cerca de duas centenas de moradores do Bairro da Jamaica deslocaram-se, na segunda-feira, até Lisboa, para protestarem contra a atuação policial.

Quatro destas pessoas acabaram detidas pelo apedrejamento de elementos da PSP, durante o protesto, em frente ao Ministério da Administração Interna, para dizer “basta” à violência policial e “abaixo o racismo”.

Segundo o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa, os manifestantes subiram cerca das 17:00 a Avenida da Liberdade, em direção ao Marquês de Pombal, onde ocuparam a praça central.

Pelas 18:30 começaram a descer a avenida, ocupando as faixas centrais e impedindo a circulação rodoviária, indicou a fonte, explicando que, quando os elementos da PSP os obrigaram a passar para o passeio, começaram a lançar pedras contra os agentes da autoridade e, “pelo menos, dois petardos”.

Esta reação obrigou a “uma intervenção mais musculada da PSP”, levando os manifestantes a dispersarem, indicou a fonte, não adiantando se foram disparados tiros.

Poucas horas após estes confrontos, a polícia deteve uma pessoa na sequência de incidentes registados em Odivelas, na Póvoa de Santo Adrião e em Santo António dos Cavaleiros, no distrito de Lisboa, onde diversas viaturas foram incendiadas e 11 caixotes do lixo foram destruídos com recurso a ‘cocktails molotov’, segundo a PSP.

Em comunicado hoje divulgado, a PSP explica que quatro viaturas foram incendiadas cerca das 21:40 de segunda-feira na Póvoa de Santo Adrião (duas) e em Odivelas (duas), e que, na sequência destes incidentes, foram incendiados e destruídos 11 caixotes do lixo e danificadas outras cinco viaturas na zona circundante ao Bairro da Cidade Nova, em Santo António dos Cavaleiros.

No comunicado, a PSP acrescenta que já durante a madrugada, pelas 03:15, no bairro da Bela Vista, em Setúbal, foram lançados três cocktails molotov contra uma esquadra.

“Não houve registo de feridos, mas observaram-se danos na esquadra e numa viatura civil”, adianta a PSP, sublinhando que “não foram ainda identificados os suspeitos desta ação criminosa”.

Na sequência destes incidentes, a PSP reforçou o dispositivo policial nas zonas abrangidas para garantir o clima de segurança e a tranquilidade e normalidade a todos os residentes.


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Escrito por: África 21 Digital

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