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Presidente de Moçambique visita posições militares em Cabo Delgado

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O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, efetuou uma visita surpresa às posições militares na província de Cabo Delgado, norte do país, anunciou hoje (29) a Presidência em comunicado.


África 21 Digital com Lusa


A visita decorreu no fim-de-semana e Nyusi quis “inteirar-se no terreno do desenrolar de ações das diversas unidades das forças de defesa e segurança que garantem a ordem e combatem os malfeitores que têm vindo a protagonizar ataques às populações”, lê-se no comunicado.

O Presidente moçambicano dialogou com os militares e referiu que “somente quem está no terreno dia e noite, a enfrentar todos os desafios, tem a dimensão do que está a ser feito”.

“Espero que tenham consciência de que os ataques sempre vão prevalecer por parte daqueles que minimizam a vossa tarefa, mas é importante que mantenham o foco das vossas ações e energias na defesa da pátria e da soberania”, disse.

Segundo Filipe Nyusi, a ação dos militares moçambicanos obriga os adversários a criar desinformação sobre a dimensão e circunstâncias dos ataques armados e respetiva resposta militar.

“É essa [resposta] que cria esta desinformação pelos nossos adversários. Continuem assim e é esta a razão da nossa felicitação ao vosso esforço”, sublinhou.

O chefe do Estado apelou aos membros da forças de defesa e segurança a serem disciplinados, sobretudo “no trato com a população”.

Segundo Nyusi, “não faz sentido defender sem respeitar”, apelando também “à colaboração da população, tida como fundamental para o sucesso da missão das forças de defesa e segurança”.

Filipe Nyusi falou ainda aos homens que combatem grupos armados em Cabo Delgado sobre a economia nacional, defendendo que, após momentos delicados, estão a ser tomadas medidas com vista “à estabilização”.

As declarações do Presidente moçambicano surgem depois de a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) ter denunciado, em dezembro, suspeitas de execuções sumárias e abusos das autoridades de Moçambique contra os alegados autores de ataques a povoações remotas no norte do país.

Os ataques reacenderam-se em novembro.

Desde outubro de 2017, já terão morrido perto de 150 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança.

A onda de violência em Cabo Delgado (2.000 quilómetros a norte de Maputo, no extremo norte de Moçambique, junto à Tanzânia) eclodiu após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos.

Depois de Mocímboa da Praia, têm ocorrido vários ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo, sempre longe do asfalto e fora da zona de implantação da fábrica e outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural.

No entanto, a proximidade dos mais recentes ataques tem feito com que as obras estejam a decorrer com “segurança reforçada”, disse à Lusa a petrolífera Anadarko, que coordena os trabalhos na península de Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado.


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