Martin Fayulu, candidato derrotado às presidenciais de 30 de dezembro na RD Congo, continua a protestar os resultados eleitorais, ameaçando recorrer às instâncias da União Africana e da Organizações das Nações Unidas (ONU) para buscar a verdade das urnas.
África 21 Digital com Panapress
A União Africana (UA) não pode anular os resultados eleitorais validados no interior dum país soberano por um sistema jurídico aceite por todo mundo, declarou Jean Baudouin Mayo, quadro da plataforma Cap pour le Changement (CACH), (Rumo à Mudança), apoiante do novo Presidente eleito da RD Congo, Félix Tshisekedi.
“Queríamos uma mudança e aconteceu. É um líder da oposição que está no poder”, afirmou Baudouin Mayo, convidando Martin Fayulu a aceitar a mão estendida do Presidente Félix Tshisekedi “para gerirmos juntos o país”.
“O comboio já saiu da estação ferroviária e o povo já não precisa desta confusão”, indignou-se.
Durante um comício, sábado, diante dos seus militantes em Kinshasa, Martin Fayulu continuava a reclamar pela verdade das urnas, considerando que o povo o elegeu e que a verdade deve triunfar.
Anunciou na mesma ocasião que se vai deslocar a Addis Abeba (Etiópia) para recorrer à UA e à ONU em Genebra. Apelando à resistência pacífica, Fayulu pediu aos militantes para não obedecerem à ordem daquele que eles não tenham escolhido.
Prometeu fazer um périplo por todas as províncias da RD Congo, nos próximos dias, para sensibilizar as populações. Martin Fayulu recusou a mão estendida do Presidente Félix Tshisekedi, acusando-o de trair a oposição ao coligar-se com o campo do Presidente cessante, Joseph Kabila.
Todavia, pediu aos seus militantes para não optarem pelo tribalismo, considerando que “a RD Congo deve permanecer indivisível”.