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Portugal e Espanha tomam posição contra ameaças de intervenção militar na Venezuela

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O ministro português dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, considera que a solução política para a Venezuela não passa por confrontação interna, nem por uma intervenção militar externa. A declaração do governo português acompanha idêntica posição anunciada domingo pela Espanha, um dia depois de ter fracassado a suposta operação de “auxílio humanitário” montada pelo governo dos Estados Unidos em articulação com alguns governos sul-americanos, entre eles o governo brasileiro do presidente Jair Bolsonaro.


África 21 Digital com Lusa


“Para nós, a solução política de que a Venezuela carece não se obtém através de uma intervenção [militar] externa. Essa intervenção só agravaria ainda mais o problema. Há países que têm dito que todas as soluções estão em cima da mesa. Não é essa a posição da União Europeia. Nós achamos que a solução por via de uma confrontação interna não é solução, e a solução por via de uma solução externa também não é solução”, disse Augusto Santos Silva, em declarações à agência Lusa.

Também o ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, Josep Borrel, avisou que Espanha não apoiará uma intervenção militar estrangeira na Venezuela e assegurou que nem todas as soluções sobre a mesa ajudam a encontrar uma saída para esta crise.

Para o MNE português, o caminho passa pela pressão internacional a vários níveis, nomeadamente através da União Europeia (UE).

“Manter e intensificar a pressão político diplomática que vimos exercendo, e ao mesmo tempo trabalhar no sentido de se poder favorecer uma solução. Nós temos um grupo de contacto internacional constituído, que reúne oito países europeus, a própria União Europeia e quatro países latino-americanos. Temos colaborado também com o Grupo de Lima, que realiza amanhã, segunda-feira, em Bogotá, mais uma reunião. Portugal estará presente como observador, da mesma maneira que esteve presente na reunião anterior. Será a nossa embaixadora na Colômbia que nos representará”, indicou o governante.

“Todos estes grupos e iniciativas que procuram ajudar a uma situação pacífica na Venezuela são bem-vindos, porque, para nós, Portugal, e também para nós, União Europeia, há duas coisas que devemos evitar a todo o custo: a primeira é uma confrontação interna, uma guerra civil na Venezuela, que teria consequências devastadoras; e a segunda, uma intervenção externa, designadamente uma intervenção militar externa”, sublinhou Augusto Santos Silva.

A Espanha assumiu hoje que não apoiará uma intervenção militar estrangeira, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, admitiu que “todas as opções estão sobre a mesa” para “garantir que a democracia prevalece” na Venezuela.

Espanha alerta contra tentações intervencionistas

“Nem todas as soluções estão sobre a mesa. Temos dito claramente que não apoiaremos e condenaremos firmemente qualquer intervenção militar estrangeira, que esperamos que não venha a acontecer”, referiu o ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, Josep Borrel, à entrada para a cimeira entre a União Europeia e a Liga Árabe, que começou domingo (24) no Egito.

Citado pela agência Efe, o ministro precisou que a solução para a Venezuela tem de resultar de uma solução democrática, que envolva o povo venezuelano, e da realização de eleições presidenciais.

Acrescentou que é neste sentido que “Espanha tem procurado encontrar uma posição comum” junto dos parceiros europeus.

Numa entrevista à emissora “France 24”, emitida a 11 de fevereiro, o ministro das Relações Exteriores de Espanha já se tinha pronunciado contra uma intervenção militar dos Estados Unidos da América na Venezuela, acentuando que esta não é a solução para a crise política que o país enfrenta.


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Escrito por: África 21 Digital

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