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Angola envia missão humanitária para Moçambique

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O Governo angolano enviou hoje para a cidade da Beira, em Moçambique, um avião com cerca de 100 técnicos de saúde e material médico e medicamentoso para apoiar as populações afetadas pela passagem do ciclone Idai há uma semana.


África 21 Digital com Lusa


O envio da “missão humanitária e de solidariedade” foi decidido pelo Presidente angolano, João Lourenço, e integra 54 técnicos de saúde ligados ao Ministério da Saúde e outros 46 afetos ao Ministério da Defesa, que irão juntar-se às equipas de salvamento já no terreno em Moçambique.

Na missão, para já de 30 dias, segue também a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, que disse aos jornalistas que o tempo da presença da centena de técnicos de saúde pode ser aumentado, tudo dependendo da evolução da situação.

“Vamos com o sentimento de cumprir um dever humanitário em Moçambique, afetado gravemente pelo ciclone Idai, o que resultou a destruição muito grande no litoral de Moçambique, com maior reflexo na cidade da Beira. Levamos uma equipa multidisciplinar, civil e militar, para fazer o diagnóstico e assistência médica ‘in loco’ e também estamos a levar medicamentos e material gastável para apoio a esta missão”, disse Lutucuta, antes de embarcar, em Luanda.

Segundo a ministra da Saúde angolana, a equipa integra especialistas de várias áreas médicas, alguns deles já com experiências semelhantes, tendo em conta que, após o ciclone, a Beira começa a dar sinais de que vão começar a aparecer as doenças provocadas por este tipo de catástrofes.

“Acreditamos que, por esta altura, já começam a aparecer os sinais mais graves de doenças. Não há luz, não há água e as doenças diarreicas e as infeções respiratórias, até a malária, vão vir. Mas vamos também preparados para a assistência maternoinfantil, nomeadamente assistência obstétrica e de recém-nascidos”, adiantou.

Por seu lado, o ministro da Defesa angolano, Salviano Sequeira, presente no ato, realçou que a missão humanitária e de solidariedade “para com o povo irmão” de Moçambique foi determinada por João Lourenço com o objetivo de, junto das autoridades locais, “contribuir, apoiando as várias iniciativas das equipas de resgate e de apoio logístico, para ajudar as pessoas que precisam de auxílio”.

“É neste quadro que o Governo angolano constituiu esta missão humanitária e de solidariedade, com grande pendor para o setor da saúde, para prestar assistência médica e medicamentos nos vários domínios da saúde junto das pessoas afetadas pelo ciclone IDAI” sublinhou.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

As autoridades de Maputo confirmaram já o registo de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

A Organização Mundial de Saúde anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique, com dois C-130 da Força Aérea e dois aviões comerciais fretados pelo Governo e pela Cruz Vermelha Portuguesa.


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