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Governo português considera que não há razões para crise na Guiné-Bissau

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, considera que não há razões para a crise na Guiné-Bissau, numa altura em que o partido derrotado, o PAIGC, contesta as eleições presidenciais.


África 21 Digital com Lusa


Santos Silva fez a declaração em Maputo, onde assistiu à tomada de posse do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para um segundo mandato.

“Fechado esse ciclo, logo que o Supremo Tribunal tome a sua decisão e os resultados sejam definitivos, teremos um novo Presidente na Guiné-Bissau, temos um Governo em funções e temos uma Assembleia Nacional”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa, interessado na estabilidade para que a cooperação progrida.

Com todos os órgãos eleitos, “não há nenhuma razão para qualquer espécie de crise na Guiné-Bissau”, sublinhou, mesmo que o poder esteja repartido, apontando o entendimento em Portugal, entre Governo e Presidente de diferentes bases partidárias, como um exemplo.

Em Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições legislativas de março e formou um Governo de coligação com maioria parlamentar.

Em dezembro, Umaro Sissoco Embaló venceu a segunda volta das eleições presidenciais, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), conquistando mais votos que o candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

“Não é uma condição necessária de estabilidade que a maioria parlamentar coincida ponto por ponto com a maioria de onde saiu o Presidente”, disse Santos Silva.

“Sistemas como o português, com o qual o guineense tem afinidades, são construídos para forçar esse tipo de equilíbrio: Portugal vive muito bem com ele, como se prova no atual ciclo político, e não há razão para que outros países não vivam assim”, acrescentou, ilustrando com o que se passa também em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Santos Silva destacou o facto de Portugal ser “o principal parceiro internacional de cooperação na Guiné-Bissau”, mas no âmbito da qual a atividade “está muito aquém do potencial, exatamente por causa da instabilidade”, vivida nos últimos anos, com vários governos falhados na mesma legislatura.

“Só quero estabilidade para isso”, ou seja, reforçar a cooperação, referiu.

“Não tenho candidatos, nem favoritos, nem vaticínios. Respeito, como é minha obrigação, as decisões tomadas soberanamente pelo povo guineense e o que quero é ter os interlocutores para que a cooperação progrida”, concluiu.

Vários dirigentes do Madem G-15 exortaram, quarta-feira (15), Domingos Simões Pereira a reconhecer a sua derrota.

A declaração surgiu depois de o PAIGC ter entregado no Supremo Tribunal de Justiça mais um recurso de contencioso eleitoral, depois de um primeiro a pedir recontagem dos votos, alegando irregularidades eleitorais.


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