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Primeiro-ministro demitido Aristides Gomes queixa-se de aumento da violência na Guiné-Bissau

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Segundo o primeiro-ministro demitido, o Palácio do Governo em Bissau está ocupado por militares, bem como vários ministérios localizados no centro da cidade, o Supremo Tribunal, e a Assembleia Nacional Popular.


África 21 Digital com Lusa


O primeiro-ministro demitido da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, afirmou hoje que o país está a assistir a uma “expansão da violência” e que há um “bloqueio total” do país com investidas contra membros do Governo.

“O ponto da situação da Guiné-Bissau é caracterizado por uma expansão da violência. Da violência institucional, da violência contra as instituições, que está a ser concretizada pela ocupação do espaço governamental e do Estado”, disse aos jornalistas na sua residência, em Bissau, Aristides Gomes.

Segundo o primeiro-ministro, o Palácio do Governo está ocupado por militares, bem como vários ministérios localizados no centro da cidade, o Supremo Tribunal, e a Assembleia Nacional Popular.

“Estamos face a uma situação de bloqueio total. Agora há uma segunda fase caracterizada por investidas contra membros do Governo, pessoal, sob pretexto de confiscação de viaturas do Estado”, afirmou.

O primeiro-ministro denunciou também aos jornalistas que elementos do Ministério do Interior estiveram hoje em sua casa a confiscar duas viaturas utilizadas pela sua guarda pessoa.

“Esta manhã apareceram cá indivíduos que disseram que vinham com ordens do Ministério do Interior para levarem as duas viaturas que os meus guardas nacionais utilizam, depois disso estão a ameaçar prender e neutralizar os meus guardas nacionais, pelo que sei, aconteceu a mesma coisa com o presidente da Assembleia Nacional”, afirmou.

Cipriano Cassamá que tinha sido nomeado sexta-feira Presidente interino do país renunciou hoje aquela função por razões de segurança e para defender os interesses dos guineenses e do país.

“Estamos face a uma situação que tem o defeito de fazer acordar os demónios e os fantasmas da violência no nosso país e infelizmente para a nossa população, porque as pessoas que vivem na Guiné-Bissau, tanto os nacionais, como os estrangeiros, aspiram a uma maior qualidade de vida, sem violência”, salientou.

Aristides Gomes afirmou também que “seria desejável” que todos estivessem compenetrados naquele imperativo e de “agir no sentido da pacificação” das ações individuais e coletivas.

A Guiné-Bissau vive mais um momento de especial tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló ter demitido na sexta-feira Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Nabian, que tomou posse no sábado.

Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente guineense na quinta-feira, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, com os militares a ocuparem várias instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas.

Cipriano Cassamá tinha tomado posse na sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado.


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Escrito por: África 21 Digital

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