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Artista angolana Fineza Teta defende mais educação cultural

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"Em Angola, infelizmente, temos compatriotas que compram uma obra de arte só para impressionar alguém e não porque consideram que esta obra tem um certo valor artístico", afirma a artista plástica angolana.

Angola

Artista angolana Fineza Teta defende mais educação cultural

"Em Angola, infelizmente, temos compatriotas que compram uma obra de arte só para impressionar alguém e não porque consideram que esta obra tem um certo valor artístico", afirma a artista plástica angolana.

Luanda – A artista plástica angolana Fineza Teta destacou este domingo, em Luanda, a necessidade de maior investimento e aposta na educação cultural como forma de incentivar a criação artística e a afirmação das artes plásticas angolanas no mundo das artes.

Em entrevista à Angop, na qual a artista fez uma análise sobre o estado actual do mundo das artes plásticas angolanas, Fineza Teta adiantou que a falta de educação cultural influência bastante a percepção que as pessoas podem ter sobre o valor de uma obra de arte.

De acordo com a artista, para se ser um bom apreciador de artes deve-se conhecer a arte, estar dentro da arte. “Em Angola, infelizmente, temos compatriotas que compram uma obra de arte só para impressionar alguém e não porque consideram que esta obra tem um certo valor artístico/cultural”, disse.

“Quando falo em educação cultural estou a falar do facto de existirem pessoas que não conseguem entender o valor da arte. Chegam a uma galeria/atelier e querem comprar um quadro a 80 mil ou 100 mil kwanzas, porque viram o mesmo valor no Mercado do Artesanato. Estas pessoas acham que uma peça de arte tem o mesmo valor que uma obra de artesanato. Esquecem que a obra de arte é única e o artesanato é uma reprodução. A própria forma de apresentar/arrumar o material, bem como a preparação de uma galeria ou uma exposição nada tem a ver com o que é visto no Mercado do Artesanato”, reforçou.

Fineza Teta adianta ainda que, além da educação cultural, o país carece também de investimentos no sector cultural.

“Quando falo em investimento, estou a referir-me ao facto de os empresários aproveitarem os benefícios da Lei do Mecenato. Sabemos que a partir do momento em que alguém dá mostras de que está a fazer algo para determinado segmento cultural tem a princípio alguns benefícios, consubstanciados na isenção de alguns impostos. Infelizmente as nossas obras têm sido adquiridas por cidadãos estrangeiros que conhecem e dão valor à produção dos criadores angolanos, fazendo com que não tenhamos um arquivo do que produzimos. A UNAP não tem capacidade para um trabalho neste sentido sem o devido apoio. Ainda estamos mentalizados de que o Governo deve fazer tudo, mas não pode e não deve ser assim. É uma acção que deve envolver a classe empresarial angolana. Se continuarmos à espera que o Governo faça um papel que nos cabe, então não vamos conseguir nada”, asseverou.

Há dez anos nas artes, Fineza Teta já venceu cinco prémios, três pela Ensa, menção honrosa, prémio juventude e o 1.º grande prémio de pintura na 12.ª edição.

Fineza Teta nasceu e iniciou a sua formação académica em Luanda. Posteriormente, concluiu a licenciatura em Artes Visuais e Design, na África do Sul. Em menos de uma década participou em diversas exposições colectivas e angariou alguns prémios.

Em 1998, recebeu uma Menção Honrosa no Prémio EnsaArte, com a obra “Casamento” na qual procura lançar um olhar crítico sobre algumas realidades discriminatórias da mulher, que ainda marcam as sociedades contemporâneas.


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Escrito por: África 21 Digital

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