Ao "recorrer cada vez mais às leis de excepção" e aos "métodos brutais do passado", a Tunísia coloca "em risco os avanços obtidos" desde a revolução de 2011, adverte a Amnistia Internacional num relatório sobre as "violações dos direitos humanos sob estado de emergência".
Amnistia Internacional denuncia uso de torturas na Tunísia
Túnis – A Amnistia Internacional está preocupada com o aumento dos “métodos brutais do passado” na Tunísia no quadro da luta anti-terrorista, no quadro do estado de emergência, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira.
O único país sobrevivente da Primavera Árabe conheceu desde Março de 2015 uma série de ataques jihadistas sangrentos que deixaram dezenas de mortos.
Em reacção, as autoridades tomaram um conjunto de medidas de segurança, incluindo o estado de emergência, em vigor desde o atentado a um autocarro da guarda presidencial em Novembro de 2015, em Túnis (12 agentes mortos).
Ao “recorrer cada vez mais às leis de excepção” e aos “métodos brutais do passado”, a Tunísia coloca “em risco os avanços obtidos” desde a revolução de 2011, adverte a Amnistia Internacional num relatório sobre as “violações dos direitos humanos sob estado de emergência”.
“Tortura”, “detenções arbitrárias”, “buscas” por vezes realizadas em plena noite e “sem mandado de captura”, “restrições de viagem aos suspeitos”, “encarceramento de familiares”: a ONG refere-se a “histórias arrepiantes” que marcam um “aumento preocupante do recurso a métodos repressivos contra suspeitos nos casos de terrorismo”.
Estes depoimentos constituem uma “desagradável lembrança do governo” de Zine El Abidine Ben Ali, destaca a Amnistia.