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Presidente de Cabo Verde defende múltiplas alianças estratégicas

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O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje que Cabo Verde deve ter múltiplas ancoragens “flexíveis, criativas e inteligentes” na União Europeia, CEDEAO ou Estados Unidos e proteger sempre os seus interesses.


África 21 Digital, com agência

Foto:RTC/Arq
Jorge Carlos Fonseca falava à imprensa, na cidade da Praia, no final de uma conferência para assinalar o dia mundial da liberdade de imprensa e em reação à entrevista do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, ao semanário Expresso, que disse que o espaço natural de Cabo Verde é a Europa.

“Tenho entendido que essa discussão que se faz há alguns anos de que devemos estar ancorados mais numa região do que noutra, para um país como Cabo Verde, por sermos ilhas, por não sermos um país rico, que tem que ser ousado, atrevido e criativo, somos sempre um país com pluriancoragens. Isto é, temos de estar ligados à Europa, à África, aos Estados Unidos, temos de estar ancorados onde for importante para os interesses de Cabo Verde”, defendeu o chefe de Estado, citado pela agência Lusa.

Para Jorge Carlos Fonseca, deve-se, por isso, defender os “interesses permanentes” do Estado de Cabo Verde, na procura de mobilização de recursos, de espaços de afirmação no mundo e nas aproximações culturais.

“Tenho defendido que é importante aprofundarmos a Parceria Especial com a União Europeia, aprofundar até ao limite da pertença porque não pretendemos e não devemos pretender ser membros da União Europeia, mas também aprofundarmos a nossa integração no espaço da CEDEAO, porque uma coisa é importante para a outra”, prosseguiu.

O mais alto magistrado de Cabo Verde fez essas declarações menos de uma semana depois da visita ao país do presidente do parlamento da CEDEAO, Moustapha Cisse Lo, e uma delegação de 34 deputados, que participaram numa conferência parlamentar para debater a integração de Cabo Verde na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

“São os próprios europeus que nos dizem que uma nossa integração mais forte na CEDEAO pode ajudar-nos a aprofundar a parceria com a União Europeia, mas também temos um espaço próprio, somos ilhas atlânticas, africanas, e portanto, sou sempre um defensor de uma pluriancoragem sempre flexível, criativa e inteligente”, sustentou Fonseca.

Para Jorge Carlos Fonseca, o país deve ser inteligente, lúcido e não ter “posições de rigidez”, de ter ancoragens mais ali ou mais acolá.

“Estamos condenados a ter muitas ancoragens e a mudar de ancoragens”, continuou, considerando no entanto que as políticas e programas de desenvolvimento, investimentos e integração da CEDEAO e da União Africana têm que dar mais atenção ao país.

Na entrevista, Ulisses Correia e Silva disse que o primeiro passo para maior aproximação do país à Europa será dado com a isenção de vistos para os cidadãos da União Europeia, esperando, porém, que haja reciprocidade no futuro.

Sobre a questão da isenção dos vistos, Jorge Carlos Fonseca reafirmou que deve ser encarada numa “visão estratégica e integrada”, pelo que se deve estudar bem e conhecer os impactos económicos e políticas e as sociedades têm de perceber o “sentido fundo” das medidas.


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Escrito por: África 21 Digital

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