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Brasil: Temer e líderes do Congresso não se entendem sobre adiamento da votação da Previdência

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O anúncio feito pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB, sobre um acordo entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do DEM, e do Senado, Eunício Oliveira,  do PMDB, para adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro abriu novas clivagens entre a base aliada e o  Palácio do Planalto.


Helder Castro


Foto: Beto Barata/PR/Arq

Michel Temer e ministros próximos ao presidente da República, como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desmentiram Jucá e disseram que a última palavra cabe ao Palácio do Planalto.

Temer, que se encontra em São Paulo,  desde a tarde desta quarta-feira (13), para tratamento médico no Hospital Sírio-Libanês, negou conhecer o acordo. De acordo com assessores do presidente, Temer só decidirá depois do regresso a Brasília, que poderá acontecer nesta quinta-feira (13).

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse  que não houve decisão do governo em votar a reforma da Previdência somente em fevereiro de 2018. Segundo o ministro, o anúncio do senador Romero Jucá (PMDB-RR), de que os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado acordaram em votar a reforma no início do próximo ano, é uma “opinião”.

“O senador Romero Jucá, inclusive acabei de falar com ele, expressou a sua opinião de que ele acha isso uma solução viável e possível que ocorra. Evidentemente que isso não é uma decisão ainda. Continuamos trabalhando e temos como objetivo votar o mais rápido possível. Se possível ainda, de fato, na semana que vem”, disse no início da noite, citado pela Agência Brasil, após fazer uma palestra em um evento na capital paulista.

“A opinião dada pelo senador é respeitável, ele é um líder, de fato, de muita experiência e de muito bom senso. Deu a opinião, mas evidentemente que ele não está na Câmara. É uma opinião válida que será levada em conta, mas não há essa decisão no momento”, acrescentou.

“Não houve uma reunião da base para discutir isso [data de votação da reforma da Previdência] inclusive não houve uma reunião com o presidente [da República, Michel Temer], porque o presidente inclusive está em São Paulo. Ele [Jucá] adiantou a posição dele inclusive com finalidades lá de encaminhar a questão da discussão do orçamento, mas isso será avaliado com cuidado nas próximas horas e nos próximos dias”, enfatizou Meirelles.

Acordo à revelia de Temer?

Sem garantia dos 308 votos necessários para aprovar antes do final do ano a reforma da Previdência, como pretendia o presidente Michel Temer, a votação foi adiada para fevereiro de 2018, após o fim do recesso parlamentar. Um Acordo nesse sentido foi estabelecido hoje entre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira. E anunciado pelo senador Romero Jucá, do PMDB, o partido de Temer, e líder do governo no Senado. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já tinha afirmado que a matéria só entraria na pauta da Casa no ano que vem.

Para ser aprovada, a reforma da Previdência precisa do apoio de pelo menos 308 votos dos deputados, em dois turnos.

Nas últimas semanas, Temer liderou pessoalmente intensa campanha junto dos partidos aliados do seu governo e junto da opinião pública no sentido de conquistar os votos necessários para aprovação pelos parlamentares, ainda neste ano.

A “compra” de votos de deputados obrigou Temer a cedências que praticamente desvirtuaram o projeto inicial da reforma.  Muitos pontos apresentados originalmente pelo governo já foram abandonados, em grande parte,  dada a rejeição de diversos segmentos sócio-profissionais e o receio dos deputados perderem eleitores, a menos de um ano das eleições gerais de 2018.

De acordo com comentadores políticos, a batalha para garantir a aprovação da reforma em fevereiro não deverá ser menos desgastante para o governo do que tem sido até agora.


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Escrito por: África 21 Digital

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