África 21 Digital com STP Press


Tensão política dentro e fora do parlamento em ano eleitoral

“ Como sabem chegamos ontem (domingo) a São-Tomé no quadro de uma missão de bons ofícios de cinco dias que nos permitirá encontrar com os principais atores políticos deste país”, disse François Louncény Fall, tendo acrescentado que “estamos hoje (segunda-feira) a iniciar as auscultações”.

“ Ouvir as posições e as argumentações … e certamente no final poderemos chegar a uma conclusão”,  disse o representante da Nações Unidas, tendo sublinhado que “ temos  São Tomé e Príncipe como um modelo da democracia nesta sub-região africana e esperamos que o País continue a sua marcha democrática”.

Antes de encontro com o primeiro-ministro são-tomense, o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas,  António Guterres, acompanhado da coordenadora residente das Nações Unidas em São-Tomé e Príncipe, Zahira Virani, esteve reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho.

Esta missão da auscultação surge poucos dias depois da coordenadora residente das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe ter pedido a mediação, visando o apaziguamento do desentendimento político entre o poder sustentado pela maioria absoluta do ADI, e a oposição formada por MLSTP-PSD, PCD, UDD e os outros partidos extra-parlamentares.

Nos últimos meses, a oposição tem acusado o poder de estar a implantar uma “ditadura”, por alegados atos de “inconstitucionalidade e ilegalidade” nas últimas decisões governamentais e presidenciais relativas à criação do novo Tribunal Constitucional, a circulação da nova Dobra ( a moeda nacional), e a mudança de hora do País, entre outras ações.

Do outro lado, o poder também acusa a oposição de estar a orquestrar uma “campanha de difamação” para “denegrir” as “instituições e a democracia”  com intuito de criar a instabilidade política para “afugentar” os investidores estrangeiros e “perturbar” a governação, face às eleições previstas para o segundo semestre deste ano.