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Secretário-geral ONU diz esperar conclusão do processo eleitoral na Guiné-Bissau

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O secretário-geral das Nações Unidas afirmou, em Adis Abeba, por ocasião da cimeira da União Africana, que a organização está aguardando, de forma serena, a conclusão do processo eleitoral na Guiné-Bissau.


África 21 Digital com ONU News


Foto: ONU

Após o segundo turno da eleição presidencial, em dezembro, a Comissão Eleitoral da Guiné-Bissau deu vitória ao candidato Umaro Sissoco Embaló, com mais de 53% dos votos válidos. Mas o anúncio foi contestado pelo canditato adversário,  Domingos Simões Pereira, no Supremo Tribunal do país, na última quarta-feira.

António Guterres foi perguntando sobre o impasse das eleições guineenses durante um encontro com jornalistas, em Adis Abeba, na Etiópia. 

“O impasse e a crise política foi naturalmente algo que nos preocupou profundamente, que durou muito tempo. É, no entanto, preciso reconhecer que a Guiné-Bissau tem atravessado crises políticas, mas tem evitado que elas se transformem num conflito armado ao contrário do que aconteceu em muitos outros países. Portanto, nesse aspecto, eu quero prestar uma homenagem ao povo guineense, que é um povo que tem revelado com todas essas complicações políticas um grande bom senso. Em segundo lugar: neste momento, há um processo pendente. E nós aguardamos, serenamente, os resultados desse processo para que o processo eleitoral seja dado por concluído. E por isso, as Nações Unidas não tomarão, para já, qualquer iniciativa, esperando a decisão final.”
Ainda durante a entrevista, o secretário-geral tratou de outros temas como o conflito na Líbia, a crise climática, a atual praga de gafanhotos no leste da África e a parceria da ONU com o bloco regional.
Ele estava acompanhado de duas líderes da organização no continente, a subsecretária-geral e representante para a União Africana, Hannah Tetteh, e a chefe da Comissão Econômica para África, Vera Songwe.
Guterres disse que as Nações Unidas apoiam, inteiramente, os esforços do continente para avançar com paz, prosperidade e direitos humanos.
As duas organizações discutiram a cooperação com base na Agenda 2030, da ONU, e na Agenda 2063, da União Africana, visando o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O subsecretário-geral afirmou que a África não pode continuar sofrendo com regras injustas de comércio e financeiras. Para ele,  o continente precisa de uma globalização justa e a Área Continental de Livre Comércio para a África será fundamental para alcançar esta meta.

UN Photo
As duas entidades debateram a crise climática e como os africanos têm arcado com as consequências das emergências do clima, quando o continente participa tão pouco nas causas desses problemas. Guterres afirmou que é precismo um compromisso global para alcançar a neutralidade em carbono até 2050 incluindo pelos grandes emissores de dióxido de carbono no mundo.

Angola

Ao ser perguntado sobre os esforços de Angola para intermediar uma solução para a situação dos Grandes Lagos, Guteres afirmou apoiar inteiramente o trabalho do presidente angolano João Lourenço nessa área.
“Nós apoiamos a fundo essas diligências e as consideramos essenciais porque a estabilidade dos Grandes Lagos é vital para todo o continente africano, dada à localização geográfica, e dadas as interrelações que esta região tem com todo o resto do continente.”
O chefe das Nações Unidas comentou a atual invasão de nuvens de gafanhotos em várias nações do extremo leste da África e disse que existe uma relação entre a mudança climática e a praga de gafanhotos do deserto que está acometendo a Etiópia e o leste do continente.

Esperança

O aquecimento dos mares, por exemplo, traz mais ciclones que geram as condições perfeitas para as nuvens de gafanhotos.  Ele disse que a ONU está pronta para assistir as vítimas da praga e pediu à comunidade internacional que assegure o controle da infestação, enquanto há tempo.
Mas o secretário-geral também sinalizou momentos de esperança com as eleições na República Democrática do Congo, em Madagáscar e no Mali, realizadas no ano passado. Ele também lembrou que um acordo de paz está prestes a ser implantado na República Centro-Africana.
Guterres também citou o governo de transição do Sudão como um grande acontecimento e o apoio que o país recebeu da União Africana e da ONU.
Ele defendeu que o Sudão seja retirado da lista de Estados que apoiam o terrorismo. Para ele, existem outros desafios periogosos, e pediu esforços redobrados para reforçar a cooperação insitucional da crise líbia, do Sahel e onde quer que seja preciso.
Terrorismo
António Guterres afirmou que o terrorismo na África não é só uma ameaça para todo o continente, mas também uma ameaça global, e que é dever de todo o mundo demonstrar solidariedade com os países africanos que estão na linha de frente do combate. O chefe da ONU lembrou que o caos na Líbia jamais teria se agravado não fosse a cumplicidade direta de alguns membros da comunidade internacional.
 Para Guterres a parceria da ONU com a União Africana é uma das mais importantes do mundo para ouvrir os anseios e aspirações dos povos da região.
Ao ser perguntando por um jornalista sobre o combate ao terrorismo na África, Guterres explicou que os grupos armados se aproveitam de lacunas e da instabilidade em alguns casos para atacar. Ele disse que o impacto da crise líbia para toda a região do Sahel é evidente, especialmente para o Mali, Burkina Fasso e para o Níger. Ele firsou que as resoluções do Conselho de Segurança sobre o tema têm de ser respeitadas.
O secretário-geral aposta na cooperação da União Africana com a ONU e outros atores para promover as condições de um diálogo verdadeiro entre os líbios. E que somente eles podem resolver seus próprios problemas na líbia. Guterres citou a decisão da Conferência de Berlim sobre a Líbia de criar três grupos sob a égide da ONU um econômico que deve preparar uma reforma efetiva, um militar para articular um cessar-fogo real e  um grupo político com representantes da sociedade civil e autoridades líbias.
Mas para Guterres é essencial neste momento que o embargo de armas seja respeitado e que as resoluções do Conselho de Segurança sejam aplicadas. O chefe da ONU acredita que a presença também de mercenários na Líbia é um escândalo inaceitável.

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Escrito por: África 21 Digital

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